Os bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB tiveram o encontro com o Papa Francisco na manhã desta sexta-feira, dia 20. O encontro com o Santo Padre é o ápice da visita Ad Limina, que teve início no último dia 16 de maio. Para Dom Delson, este foi um momento renovador da caminhada: “muito bom e muito importante ouvir e sermos ouvidos pelo Papa. Francisco nos dá segurança e se mostra muito próximo, como um irmão”.
O Presidente do Regional, Dom Paulo Jackson (Garanhuns), apresentou detalhes da reunião com o Papa Francisco:
“A primeira coisa que o Papa faz é quebrar todos os protocolos e formalidades. Ele nos deixa profundamente à vontade. Não houve discursos. Foi um momento para dialogar como irmãos: o Bispo de Roma e os bispos de igrejas particulares no Nordeste do Brasil. Partilhamos a vida, as nossas preocupações. O Papa tem um senso muito claro sobre a realidade que o nosso país vive, tem uma opinião muito clara contra todo tipo de clericalismo – essa cultura do clericalismo que destrói e é perniciosa. Ao mesmo tempo, o Papa nos falou de proximidade de ‘cercania’, proximidade com Deus, proximidade do bispo com o seu clero, proximidade com os outros irmãos bispos e proximidade com o povo. Conversamos sobre catequese e iniciação à vida cristã; o cuidado com os pobres, as consequências da pandemia, a presença dos bispos como irmãos mais velhos que acompanham, que oram, que participam da vida do seu povo e com o povo de Deus. E como o povo de Deus faz a vida cristã acontecer na porção do Povo de Deus que lhe foi confiado. Saímos daqui imensamente felizes, orando pelo Papa e também com a certeza de que o Papa ora por nós.”
A visita ad Limina começou na segunda-feira, dia 16, na Congregação para a Educação Católica. Desde então, o grupo visitou organismos da Cúria Romana para troca de experiências e receberam orientações da Igreja de acordo com a área dos departamentos. Mas, segundo o presidente do Regional, vieram até Roma, “em primeiro lugar, como peregrinos para rezar no túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo”. Dom Paulo destacou também as celebrações realizadas nas quatro grandes basílicas de Roma, isto é, a de São Pedro, São Paulo Fora dos Muros, Santa Maria Maior e São João de Latrão. Outro elemento importante foi a hospedagem no Colégio Pio Brasileiro, em Roma.
“Vivemos uma experiência muito bonita de comunhão, de unidade, de partilha, de convívio, de conversas, de brincadeiras e risos, de oração, de missa. Além do mais, o Colégio Pio Brasileiro é o coração do Brasil aqui em Roma. A partir do documento do Santo Padre, o Papa Francisco, ‘Praedicate Evangelium’, que na prática só entra em vigor no mês de junho, nós já percebemos o quanto mudou o espírito da visita ad Limina. Visitamos inúmeras congregações e dicastérios. O clima, como diz o próprio documento, fala desse clima de comunhão, sinodalidade e colegialidade. De fato houve um grande movimento e nós percebemos em cada dicastério e congregação esse movimento de abertura, de escuta, de partilha, de querer aprender, de querer escutar. Como vivem as igrejas locais e como realizam o trabalho pastoral e missionário.”
Dom Delson avaliou como muito positiva a Visita Ad Limina:
“Foi tudo muito intenso e proveitoso. Tivemos a oportunidade de conversar com os cardeais e secretários dos dicastérios, esclarecemos dúvidas, recebemos orientações, pudemos expor nossas realidades, contribuindo, assim, para uma Igreja cada vez mais conectada com seus diferentes povos espalhados ao redor do mundo. Esses momentos nos confirmam na fé e nos mostram os caminhos por onde devemos andar. Estar com meus irmãos bispos, partilhando a vida e esses momentos também é fortalecedor.
Outro momento importante relatado pelo arcebispo foi a celebração na Basílica de Santa Maria Maior.
“Estar na Igreja de Santa Maria Maior foi especial, pois é a casa de Nossa Senhora das Neves, nossa padroeira. Lá pude rezar por todo povo paraibano e agradecer a intercessão e proteção de nossa Mãe, agradecendo, mais uma vez, por estar nesta terra tão abençoada. Inclusive, neste dia 20 de maio completamos os 5 anos de missão nesta arquidiocese e não haveria forma mais especial de agradecer e pedir a proteção de Deus. Estou feliz, renovado e volto para a arquidiocese fortalecido e muito grato a Deus por confiar a este humilde servo uma missão tão nobre”.
Com informações do Vatican News