A vida cristã cresce, ao longo do tempo neste mundo, quando vamos encontrando Cristo em todas as coisas. Viver com Cristo é sempre fruto de uma proposta amorosa que parte inicialmente de Deus. Foi Ele quem nos chamou por primeiro, e só Ele que pode realizar as graças que necessitamos para corresponder a esse chamado de amor.
Na cultura de morte e do indiferentismo de Deus que nos cerca, o Senhor lança sobre nossos ouvidos o convite para uma vida marcada pela doação total de si, longe dos cálculos e vantagens humanas. Nossa passagem por esta terra não pode ser vivida como pessoas que não conheceram a Deus, como se tudo o que vivemos estivesse doutrinado pelas necessidades ensimesmadas. Não nos enganemos com esse tipo de vida deplorável e fechado em si mesmo, o Deus amoroso que nos chamou a partir do Batismo oferece-nos um caminho superior e cheio de sentido. Os santificados em Cristo aceitam essa chamada exigente e não hesitam em se ocupar desse caminho que deve ser trilhado na humildade e na docilidade. Afinal, seguimos uma Pessoa, e Ele passou pela via dolorosa da cruz e da alegria da ressurreição.
O Tempo do Natal, terminado recentemente na liturgia da Igreja, foi coroado com a Festa do Batismo do Senhor. O Batismo nos comunica a maravilhosa graça do Espírito Santo, tirando-nos da solidão inaugurada pelo pecado original. Quando renascemos no Espírito Santo, a partir das águas batismais, o Senhor configura-nos a Cristo e nos dá a companhia de amigos que nunca nos abandonará na vida e nem na morte. Esses amigos formam a família de Deus. São os santos e os nossos irmãos que caminham conosco na estrada da fé.
O encontro especial com o Senhor se dá na vivência ordinária dos Sacramentos da Igreja. Através da escuta atenta da Palavra de Deus, a nossa vida vai se conformando, cada vez mais, aos sentimentos de Cristo. Esse encontro transcorre-se na vida ordinária como um caminho de santidade, ou seja, na fé a na amizade com Jesus.
“Mestre, onde moras?” é o contínuo apelo que a Igreja, discípula e missionária, faz ao Senhor. Queremos, principalmente, no testemunho concreto da vida, buscar o Senhor. Buscá-Lo com o brilho da fé.
O brilho da fé nem sempre é tão reluzente, mas Deus é especialista de Se aproximar dos que, humildemente, reconhecem suas fraquezas e sempre se dispõem a recomeçar. Para nós, que somos católicos, a única forma de recomeçar com Cristo é através da busca do sacramento da penitência. Bater no peito a dor do pecado e pedir a graça do Espírito Santo para não mais pecar e receber do sacerdote a oração de absolvição da Igreja. A conversão é o caminho seguro para nos aproximar do Reino de Deus. Nem sempre nos consideramos grandes pecadores, até achamos que somos pessoas perfeitamente boazinhas, mas nunca devemos nos esquecer que os discípulos de Jesus sempre estão na estrada da vida, uma estrada que nos pedirá a atitude sincera de recomeço. O verdadeiro cristão nunca para de caminhar!
Que Nossa Senhor nos ajude a percorrer o caminho da fé sempre guiados pela luz da fé de Jesus. Nunca nos falte o consolo maternal Dela, porque sabemos que a estrada exige coragem e disposição.