Nos próximos dias, a Igreja nos fará celebrar o contagiante fato de pertencermos à Família de Deus.
Celebraremos a Solenidade de Todos os Santos, e com o Apóstolo Paulo declararemos que: “tomamos parte na herança dos santos na luz” (Cf. Cl 1,12). A santidade que Deus nos oferece é a garantia de nunca sairmos de Sua presença. Tornar-se santo significa realizar plenamente aquilo que já somos enquanto elevados em Cristo Jesus.
A Igreja sempre nos ensina que a santidade, dom oferecido indistintamente a todos os homens e mulheres, não é uma espécie de distintivo que nos separa dos “pecadores”, os homens e mulheres chamados à santidade são a multidão dos incontáveis anunciada do Livro do Apocalipse (7,9-10): “Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão. Todos proclamavam com voz forte: ‘A salvação pertence ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro’”. A Festa deste dia é um jeito generoso de Deus “gritar” a todos que Ele nos ama, que nos quer próximos à Sua permanente Misericórdia.
Somos os bem-aventurados do Evangelho de São Mateus 5. Carregamos a fisionomia espiritual de Nosso Senhor. Contudo, Jesus é por excelência o verdadeiro pobre de espírito, o aflito, o manso, aquele que tem fome e sede de justiça, o misericordioso, o puro de coração, o pacificador e Ele sofre perseguições em nome da justiça. E porque somos discípulos de Cristo, tal fisionomia acompanha-nos em nossa peregrinação na terra.
A Solenidade de Todos os Santos avizinha-se da Comemoração do Dia de Finados, e esta proximidade explica-se pelo fato de que a Família de Deus, os Vivos e os Mortos, são herdeiros da Vida Eterna. A santidade, que é dom recebido no Batismo, nos conforma ao verdadeiro Filho de Deus, o Bem-aventurado, e nos assemelha a Ele mediante uma existência marcada pela esperança de que tudo nesta vida terrena passará. O mal que nos aflige nunca será maior que o amor paternal de Deus; pelo contrário, esse amor é capaz de apressar o passo da nossa peregrinação terrena rumo à eternidade. Um dia, no céu, Deus reunirá toda a sua grande família, e lá não haverá choro e nenhum mal nos atingirá.
Tais celebrações nos ajudam a compreender que a vida neste mundo presente é marcada pelo amor cuidador do Senhor. Vivos ou mortos pertencemos a Cristo!
Aproveitemos o dia de finados para rezar pelos nossos entes queridos, que já fizeram sua Páscoa, e peçamos a Deus que perdoe todos os seus pecados. Que Nossa Senhora nos ajude a compreender que o mistério da vida humana só encontra seu real sentido quando coloca Deus no centro de tudo. Os Santos fizeram isto!