Hoje, último domingo do Ano Litúrgico da Igreja, todos os fieis católicos celebram a solenidade de Cristo Rei do Universo. Essa festa litúrgica antecede o Tempo do Advento, que prontamente já iremos viver a partir do próximo domingo. Mas por qual motivo a Igreja afirma solenemente a realeza de Cristo? Desde a anunciação do nascimento de Cristo, as Sagradas Escrituras definem-no como Rei no sentido messiânico, isto é, herdeiro do trono de Davi para um Reino que não tem fim (Cf. Lc 1,32-33). Contudo, tal disposição real ficara escondida até aos seus trinta anos, quando vivia de maneira muito discreta em Nazaré. Foi só com a sua vida pública que Jesus começara a pregar sobre o Reino de Deus.
O Reino de Jesus é um lugar de serviço. Sua realeza ocupa sempre o último lugar. Ele não é um rei mundano que exige pompas e bajulações. Para o jeito do Evangelho, reinar signfica servir. Significa colocar-se à disposição dos irmaos. Eis o mais alto sentido da festa solene que estamos celebrando!
E qual foi o auge do reinado de Cristo? Fez-Se Rei com a Sua Morte e Ressurreição: “ Mas quanto é oportuno e significativo e, diria mesmo, quanto é justo e necessário que a hodierna festa de Cristo Rei seja enquadrada precisamente no Calvário. Podemos dizer, sem mais, que a realeza de Cristo, qual também nós hoje a celebramos e meditamos, deve ser sempre referida ao acontecimento que se executa naquela colina, e ser compreendida no mistério salvífico, aí operado por Cristo: refiro-me ao acontecimento e ao mistério da redenção do homem. Cristo Jesus – devemo-lo fazer notar – afirma-Se Rei precisamente no momento em que, entre as dores e angústias da cruz, entre as incompreensões e as blasfêmias dos presentes, agoniza e morre” (São João Paulo II).
Em tempos tão desafiadores como os que temos vividos, tendemos a desanimar. São diversos os problemas que se projetam para abalar nossa fé, tais como: desemprego, violência, crise, divisões… Mas o homem e a mulher que nutrem sua fé no Cristo Rei, não desistem e colocam-se na estrada, no caminho. Pois somos sabedores de que o Senhor caminha conosco, e caminha como um Rei a nos defender do mal. Cristo reina a partir da Cruz, sua realeza não consiste numa demonstração de força bélica. Sua força de “guerra” está na humildade do serviço. Ele é o Rei que verdadeiramente defende os fracos e os oprimidos. A solenidade de hoje deixa-nos o grande convite para contemplar Aquele que Se fez Rei para defender os indefesos e “ com seus braços abertos, abraça todos os povos da terra, atraindo-nos para a unidade” (Papa Bento XVI).
Com o Papa Francisco, brademos uníssonos: “ao final do ano litúrgico, voltemos o nosso olhar a Cristo, Rei do Universo e Príncipe da Paz. Vamos dar espaço ao seu Reino nos nossos corações, nas nossas sociedades e no mundo inteiro.” Deixemos que a mensagem de Cristo Rei torne os nossos corações em lugares seguros de encontro. Encontro de primazia com Deus e encontro serviçal com nossos irmãos.
Que a Virgem Maria, Senhora da Penha, que está sentada como Rainha à direita de Cristo Rei, nos ensine o caminho do serviço a Deus e aos irmãos. Pois queremos com Ela e com Seu Filho, reinar no mundo, ou seja, queremos servir a todos!