No último dia 10 de maio o Papa Francisco assinou o Motu Proprio “Antiquum ministerium”, onde ele institui o Ministério de Catequista na Igreja. Diz o Papa: “Fidelidade ao passado e responsabilidade pelo presente” são “as condições indispensáveis para que a Igreja possa desempenhar a sua missão no mundo”. Agora, é preciso entender o que muda nas nossas comunidades com essa decisão do Papa. Mas antes, o que é ser Catequista hoje?
Para esclarecer, o Teólogo e Professor Luís Miranda explica que o motu proprio do Papa traz uma nova condição ao serviço já desempenhado na Igreja, com clara intensidade na América Latina. Para entender o coração deste documento o Professor afirma que é preciso voltar ao Concílio Vaticano II. “O motu próprio vem reforçar a figura batismal do leigo que, nas suas diversas realidade, é chamado à servir de maneira oficial”.
Segundo Luís Miranda, o documento se reveste de 3 níveis: “reconhecimento da realidade do que já acontecia no mundo afora, com a figura vital do catequista leigo na comunidade cristã; a catequese não mais será encarada meramente como uma ação de voluntariado; a comunidade vai esperar do catequista uma melhor e mais profunda preparação, mas também irá colaborar nesse processo de seleção daqueles que serão essa referência permanente para a comunidade”.
A Congregação para o Culto Divino publicará em breve o Rito de Instituição do ministério de catequista. Mas o Papa Francisco já assinala características fundamentais para o Ministério. Os catequistas devem ser homens e mulheres “de fé profunda e maturidade humana”; devem participar ativamente da vida da comunidade cristã; devem ser capazes de “acolhimento, generosidade e uma vida de comunhão fraterna”; devem ser formados do ponto de vista bíblico, teológico, pastoral e pedagógico; devem ter amadurecido a prévia experiência da catequese; devem colaborar fielmente com os presbíteros e diáconos e “ser animados por um verdadeiro entusiasmo apostólico”.
SER CATEQUISTA HOJE
O Padre José Marcílio é coordenador do Setor Bíblico Catequético na Arquidiocese. Ele explica que a Catequese é um serviço essencial no seio da Igreja. “A catequese, enquanto formação, é a base para alicerçar uma vida cristã; busca revelar a pessoa de Jesus e levar a pessoa do catequizando a um verdadeiro encontro com o Cristo e com a Igreja. Por isso a catequese se torna o alicerce para a vida madura de um cristão. Sem ela, nós ficamos no escuro”.
Na Paróquia Santo Antônio de Pádua, no bairro do Geisel, a Catequista Alyne Rocha fala um pouco sobre a realidade difícil encarada pelos Catequistas durante a pandemia. “A pandemia impossibilitou os encontros presenciais e desde março de 2020 nós fazemos encontros online com as crianças e com as famílias. É uma catequese de acompanhamento, de evangelização e perseverança. Porém várias famílias, por vários motivos, acabaram se distanciando e percebemos uma grande evasão de crianças. Isso nos preocupa e entristece, mas continuamos firmes, evangelizando com os que permaneceram e rezando por aqueles que se afastaram do processo catequético”, relata.
Nesta missão há 20 anos, atuando na Comunidade Nossa Senhora das Graças, Alyne resume o que é ser Catequista: “ser catequista é responder a um chamado do próprio Deus. É uma vocação que exige responsabilidade, dedicação e amor a Jesus e à Sua Igreja”.
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Ouça agora o nosso Podcast Diálogos. Luís Miranda, Padre Marcílio e Alyne falam muito mais sobre a Missão e sobre a novidade do Ministério.
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