Natal, festa de todos!

O mundo inteiro celebra a chegada do Salvador. É Natal! A Igreja hoje celebra a graça de Deus, manifestada no rosto luminoso de uma Criança. Cristo é esse rosto que nos alegra. A bondade de Deus já não está mais escondida, mas, como nos afirma o Apóstolo Paulo: “manifestou-se, hoje, a todos os homens a graça de Deus, o nosso Salvador!.”

O que estamos a celebrar? Como pode um evento tão pobre e humilde, acontecido há tanto tempo e longe de nós, em Belém, ainda impactar nossos dias? O Natal insere-nos no grande Mistério da Encarnação de Nosso Senhor, o próprio Deus veio nos visitar (Cf. Jo 1,14). Deus fez-se um de nós! O Natal celebra o amor incontido de Deus pela humanidade e fala-nos da “revanche da humildade sobre a arrogância” (Papa Francisco). O Deus do alto dos céus saiu de seu esconderijo e veio habitar na casa dos homens. O mundo inteiro pode receber o Salvador. Ninguém deve ficar na margem!

Naquela Manjedoura de Belém, Deus deixou-Se ser tocado. As mãos de São José e da Santíssima Virgem Maria tocaram Deus. Contudo, esse toque humano não é um ato de fechamento. A atitude dos pais do Menino que é Deus apresenta-nos uma exigência evangélica que muito tem a nos ensinar: o amor não se fecha, ele sempre se dá! Sim! A família de Jesus ensina-nos a nada reter. Ali, na pobreza do presépio, Nossa Senhora não prende o Menino a si, como uma mãe superprotetora, mas oferece o seu Menino como presente ao mundo.

A mensagem natalina sempre nos impactará, pois tal evento causa as verdadeiras mudanças no nosso interior. O Natal é uma grande oportunidade de conversão: nossas grandezas podem tornar-se lugares de acolhida do pequeno, do pobre; o exagero da programação de vida, imposto pela modernidade, pode dar lugar aos espaços de doação, onde não buscaremos mais viver para si, mas para Deus e para os pobres. O Papa, recentemente, refletiu sobre o impacto do consumismo: “o Natal também é vítima desse modelo comercial e consumista. Mas que as canções de Natal pelo menos preservem a poesia e a espontaneidade que lhes dão tanta vida. Ajude-nos a defendê-lo desse abuso.”

Um Menino nos foi dado! Deus pode ser tocado por nossas mãos. Todos têm o feliz acesso ao Redentor que nasceu na Manjedoura de Belém. Fomos presenteados por tão alta dádiva. A desesperança dá lugar ao entusiasmo e ao sabor pela vida, o medo torna-se alegria. Não percamos tempo, abramos nosso coração para o outro, sejamos manjedoura para os nossos irmãos. Deus quer nascer em nós, e esse nascimento é solidário, sempre nos porá a serviço dos irmãos, dos desesperados e dos que já perderam a fé. O Natal chegou e chegou para todos nós! Sejamos simples e amantes da Verdade que brilha a partir do Deus que tomou a forma de um Menino. Um Santo Natal a todos!