A Páscoa de Jesus é um favorável tempo de renovação espiritual. Neste ano jubilar, essa renovação se enche da esperança de Deus. Estamos celebrando o ano jubilar da esperança. A vitória da morte de Cristo sobre o pecado e o mal é a garantia de uma nova vida para todos os que creem Nele; devemos nos encher dessa esperança vitoriosa. Com essa vitória, abre-se diante de nossos olhos e existência um futuro novo. Não se trata aqui de uma vida que descarta o sofrimento. Não! Para nós cristãos, o sofrimento e as dificuldades são realidades superáveis. Não lidamos com o sofrimento como se fosse um inimigo a ser constantemente combatido, mas, com a força da fé, olhamos e enfrentamos tudo que se levanta diante de nós, e fazemos isto com a humildade de quem confia sua vida nas mãos de Deus.
Neste tempo pascal, a Igreja, de uma maneira renovada, é chamada a ter os olhos dirigidos para o alto. Quando participamos da Missa, ouvimos uma expressão exclamativa da boca do sacerdote que diz: “Corações ao alto”. O que a Igreja nos ensina com esta expressão? O que ela tem a ver com a superação do sofrimento?
“Corações ao alto” é um desejo sincero do coração que crê ainda nesta terra, com seus altos e baixos. A nossa resposta, com a nossa própria vida, deve ser: “O nosso coração está em Deus”. Quando não buscamos viver na presença de Deus, nossas escolhas vão nos puxando para baixo. Daí, vamos construindo nossa vida fazendo parceria com o egoísmo, a mentira… Neste ano jubilar da esperança, devemos pedir a Deus que renove o nosso olhar de esperança para Ele. A Páscoa de Jesus nos puxa para o alto, para a solidariedade, para a justiça e a retidão: “O próprio Deus tem de puxar-nos para o alto; e foi isto que Cristo começou a fazer na Cruz. Desceu até à humilhação extrema da existência humana, a fim de nos puxar para o alto rumo a Ele, rumo ao Deus vivo. Jesus humilhou-Se (…) Só assim podia ser superada a nossa soberba: a humildade de Deus é a forma extrema do seu amor, e este amor humilde atrai para o alto” (Papa Bento XVI).
Portanto, temos a garantia da vitória do Cristo Crucificado sobre os nossos pecados. Não podemos justificar uma vida orientada para baixo, como se o Mistério Pascal de Nosso Senhor fosse uma simples memória de um passado distante. Não podemos nos deixar abater pela cultura da desesperança. A mão vitoriosa de Deus nos orienta, nos dá um caminho novo, cheio de esperança e superações.
Nestes dias que antecedem a escolha do novo Papa, através do Conclave em Roma, nós, que somos filhos da Igreja, devemos ter a postura de oração. O Papa que Deus vai dar à Igreja é aquele que a história do momento presente necessita. Não podemos nos esquecer disso. Portanto, unamo-nos às preces da Igreja no mundo que suplica um Pastor Universal que vai conduzir a barca de Pedro. Essa deve ser a nossa atitude nestes dias de preparação e realização do Conclave: oração, oração, e nada mais.
Peçamos à Mãe de Nosso Senhor, o Supremo Pastor, que interceda pela Igreja e pelos Cardeais neste tempo de sede vacante, para que tenhamos guardado no coração a esperança que Deus nunca nos faltará.