A Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo nos coloca diante da necessária fidelidade que nos propõe o Evangelho de Nosso Senhor. O chamado apostólico passou pelo total comprometimento de homens que foram capazes de derramar o sangue por causa de Cristo. Faz parte do DNA dos apóstolos a entrega irrevogável de suas vidas. Essa entrega foi regada pelo próprio sangue por amor a Nosso Senhor.
A perseguição religiosa sempre acompanhou a história da Igreja no mundo, mas vale lembrar que a resposta dos cristãos sempre partiu do amor. Não somos chamados a uma ingênua presença no mundo, mas existe uma resposta de amor que sabe suportar a prova e até mesmo a disponibilidade do martírio. O martírio, na vida da Igreja, não é retirada da vida feita pelos inimigos da fé, mas entrega voluntária de vida dos seguidores de Jesus Cristo.
O Apóstolo Pedro, num gesto de grande amor a Cristo, nos assegura no Evangelho deste domingo sua fidelidade a Cristo: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo” (Jo 21,17). Pedro, apesar de sua fraqueza, procura amar o Senhor!
O nosso apóstolo, ao longo de sua vida com o Senhor, também foi apresentado como rocha, ele não se autodenomina assim, mas recebe essa missão do próprio Senhor. Ele carrega a missão especial de conduzir a Igreja de Cristo, chamado a governá-la com o serviço da caridade. A missão de Pedro continua na história com o serviço prestado pelo papa. O papado é um dom para a humanidade, Deus escolhe homens fracos para manifestar sua força e desconcertar a lógica das sociedades marcadamente secularizadas, que a tanto custo tentam expulsar Deus para a margem da existência humana. Agem como se Deus fosse inimigo dos homens e mulheres. Nosso testemunho cristão deve declarar que Deus é o centro, de que existimos no amor Dele.
E o apóstolo Paulo? O Papa Francisco o denominou como um grande conhecedor: “Descobrimos imediatamente que Paulo é um profundo conhecedor do mistério de Cristo”. A vida inteira de Paulo foi conhecer o amor de Cristo. Esse conhecimento de Cristo o levou aos irmãos. O testemunho das Sagradas Escrituras o apresenta como um homem cheio de ardor pela evangelização. Faz da sua vida, depois de encontrar o Senhor Ressuscitado na estrada de Damasco, um pleno serviço em favor dos homens e mulheres. O apóstolo das gentes não se poupou, não reteve sua vida, mas foi até às últimas consequências do martírio: “a iconografia tradicional apresenta São Paulo com a espada, e sabemos que esta representa o instrumento do seu martírio. Mas, repassando os escritos do Apóstolo dos Gentios, descobrimos que a imagem da espada se refere a toda a sua missão de evangelizador. Por exemplo, quando já sentia aproximar-se a morte, escreve a Timóteo: ‘Combati o bom combate’ (2 Tm 4, 7); aqui não se trata seguramente do combate de um comandante, mas daquele de um arauto da Palavra de Deus, fiel a Cristo e à sua Igreja, por quem se consumou totalmente” (Papa Bento XVI).
Percorramos o caminho do conhecimento da fé em Cristo com a mesma decisão desses dois grandes Santos Apóstolos da Igreja. Que o convincente testemunho de Pedro e Paulo ajude sempre a Igreja deste tempo a não poupar-se e não temer o caminho da cruz de Jesus.