Arcebispo: Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap. Arcebispo Metropolitano da Paraíba
Neste último dia 12 de outubro, o Brasil inteiro se colocou aos pés da Virgem de Aparecida para pedir suas bênçãos maternais. Nossa Senhora, como uma boa e santa Mãe, sempre nos leva ao seu Filho Jesus. A maternidade de Nossa Senhora é sempre um movimento missionário de amor. Rendemos culto à sua Imaculada Conceição porque queremos ter um coração penitente, e por isso mesmo, um coração mais parecido com o coração de Jesus. Tudo na Virgem Maria nos leva a Jesus!
O movimento missionário da Igreja de Cristo é um movimento de amor. Sabemos que esse amor redentor de Cristo foi conquistado em sua cruz. Houve um derramamento de sangue para que fôssemos salvos. Mas sabemos também que a Igreja, como Corpo de Cristo, tem a amorosa missão de continuar levando a salvação a este mundo. Deus continua amando o mundo através do movimento missionário da Igreja.
No coração da Virgem de Aparecida, nós podemos encontrar o mais alto exemplo missionário. Ela, depois de seu perfeito “sim” ao plano de Deus, só soube ser ato de missão. Nunca parou em suas dores, mas, ao contrário, fez sua fé caminhar ao encontro de Deus e dos irmãos.
O papa Francisco, que sempre nutre um amor profundo à Virgem de Aparecida, quando em setembro de 2016, inaugurou uma imagem da padroeira do Brasil no Jardim do Vaticano, fez um apelo que retrata bem a missão da Igreja do Brasil com relação ao povo brasileiro, presente nos mais distantes rincões: “(…) que ampare os descartados e os que estão nas mãos dos exploradores de todo tipo; que salve o povo com a justiça social e com o amor de Jesus Cristo, seu Filho”. O que salvará o povo brasileiro dos mais variados perigos que se deflagram a todo instante: o amor de Cristo! Esse amor não é uma realidade distante e banhada de uma piedade desencarnada, mas fruto da cruz que salvou a humanidade inteira.
O nosso Brasil, marcado por tantas desigualdades e sofrimentos, anseia sociedades mais justas e fraternas. Cabe à Igreja de Cristo, presente neste chão, imitar o mesmo movimento de Nossa Senhora: ir às periferias existenciais e geográficas. Não se conformar com a cultura do indiferentismo. Encher-se da ousadia própria de quem encontrou Cristo. Não devemos ter medo. “Quando tivermos de partir para uma periferia extrema, talvez nos assalte o medo; mas não há motivo! Na realidade, Jesus já está lá; Ele espera-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sem fé. Jesus está lá naquele irmão. Ele sempre nos precede; sigamo-Lo! Tenhamos a audácia de abrir estradas novas para o anúncio do Evangelho” (Papa Francisco).
A missão da Igreja carrega essa certeza invariável: Jesus já está lá! Cristo está presente nas terras distantes de missão. Ele também está no coração dos descrentes que precisam receber a mensagem do Evangelho. Eis a nossa missão! Não podemos parar e nem retroceder. A urgência da caridade precisa ser levada para todos os homens e mulheres.
Que Nossa Senhora Aparecida, nossa boa e santa Mãe, nos ajude a sempre avançar na evangelização. Ainda que sejamos fracos e desanimados, que o seu amor maternal nos impulse ao encontro de tantos irmãos que também precisam encontrar o amor redentor do seu Filho.