Arquidiocese da Paraíba celebra os 180 anos de nascimento de Dom Vital de Oliveira, defensor da liberdade da Igreja

Hoje, 27 de novembro de 2024, celebramos os 180 anos do nascimento de Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, capuchinho e Bispo de Olinda, nascido em Pedras de Fogo, Paraíba, em 1844. Sua vida, breve mas extraordinária, foi marcada por coragem, fé e compromisso com a liberdade da Igreja em tempos de grandes desafios.

Desde cedo, Vital demonstrou inclinação para a vida religiosa. Ordenado bispo com apenas 26 anos pelo Papa Pio IX, assumiu a Diocese de Olinda enfrentando grandes desafios, como o vasto território pastoral e o contexto político-religioso do Brasil imperial. Foi nesse cenário que Dom Vital se tornou uma figura central na defesa da Igreja Católica.

Por sua postura firme, que lembrava a defesa da fé realizada por Santo Atanásio nos primeiros séculos da Igreja, Dom Vital foi chamado o “Atanásio Brasileiro”. Com o apoio de colegas bispos, ele enfrentou as perseguições com bravura e fé inabalável.

Ao instalar-se no Palácio Episcopal da Soledade, em Olinda, Dom Vital tomou uma decisão que demonstrava seu compromisso com a justiça social: concedeu alforria aos escravos que trabalhavam para o bispado, declarando que “os filhos de um bispo não podem ser escravos”. Este gesto de caridade marcou profundamente sua missão pastoral.

Ao condenar a infiltração da maçonaria no clero e nas irmandades católicas, Dom Vital tornou-se alvo de perseguições políticas. Foi preso, julgado e condenado a quatro anos de trabalhos forçados. A pressão popular e os apelos da Santa Sé levaram o imperador Dom Pedro II a comutar a pena para prisão simples e, posteriormente, a conceder-lhe anistia. Durante sua prisão, Dom Vital permaneceu fiel à Igreja, oferecendo seus sofrimentos pela liberdade da fé católica no Brasil.

Após ser libertado, Dom Vital foi a Roma, onde foi recebido com grande carinho pelo Papa Pio IX, que aprovou suas decisões e o acolheu como um filho amado. Ao retornar ao Brasil, empreendeu visitas pastorais, mas sua saúde, debilitada pelas perseguições e pelo período de prisão, continuava a se deteriorar. Aconselhado pelos médicos, buscou tratamento na Europa, mas faleceu em Paris, em 4 de julho de 1878, com apenas 33 anos de idade e sete de episcopado.

O processo de beatificação de Dom Vital avança. A Topografia Vaticana deu início à impressão da Positio, documento que reúne as evidências de suas virtudes heroicas. A expectativa é que, em breve, o Papa Francisco o declare Venerável, um passo importante rumo à beatificação e canonização.

Em julho de 2022, por ocasião dos 150 anos de sua sagração episcopal, foi inaugurada uma estátua de 4 metros de altura em Pedras de Fogo, sua cidade natal. Este monumento celebra o legado de Dom Vital como defensor da fé, da liberdade da Igreja e da dignidade humana.

Neste dia especial, a Arquidiocese da Paraíba convida todos os fiéis a recordar e agradecer a Deus pela vida de Dom Vital, pedindo para que possamos viver nossa fé com a mesma coragem e amor que ele demonstrou em sua breve, mas fecunda, vida.

Assessoria de Comunicação