Os homens e mulheres de todos os tempos estão debaixo da amorosa proteção de Deus. Não há dúvida sobre isto! Nascemos, crescemos, passamos por diversas alegrias e dores ao longo da vida e, enfim, morremos. Cultivamos muitas incertezas, mas há uma certeza que não escapa dos nossos sentidos: “a vida é só um breve instante, uma hora passageira”, como dizia Santa Terezinha do Menino Jesus. Esta afirmação parece-nos fatalista, carregada de negativismo, mas na verdade Santa Terezinha propõe poeticamente uma verdade de fé: vivemos nossa vida neste mundo com os pés que caminham rumo à meta segura do céu.
As grandes tribulações que enfrentamos no percurso da existência humana só podem ser vencidas porque nos dispomos a permanecer na esperança cristã. “A esperança precisa de paciência, assim como precisa ter esperança para ver crescer a semente de mostarda. É a paciência de saber que nós semeamos, mas é Deus que faz crescer” (Papa Francisco).
E como preservar quando a dor da morte bate à nossa porta? Como cristãos, cheios da esperança de Cristo, não podemos viver nossos dias permitindo o prolongamento de fardos de frustações e fobias. Afinal, o Batismo que recebemos um dia nos coloca diante de tão desafiante exigência de fé: “Quem crê nunca está sozinho, nem na vida e nem na morte” (Bento XVI). Cremos que a morte nunca terá a palavra final sobre a esperança cristã. É Cristo, o vencedor da morte, que segura firme a mão da humanidade. Ele é a grande luz que ilumina os dias escuros de nossas vidas. É claro que devemos chorar e sentir saudades de quem nos era próximo e que Deus chamou para junto de Si. Mas o nosso choro de saudade não pode apagar a chama da fé na vida eterna. Devemos abraçar nossa existência sobre a terra como um breve instante oferecido pelo Bondoso Pai do céu. E quando chegar o momento final de nosso último suspiro, os nossos lábios estejam capazes de fazer uma breve e simples oração: “Senhor, prepara meu coração para morrer bem, para morrer em paz, para morrer com esperança” (Papa Francisco).
O Bom Jesus carrega os nossos fardos. Não caminhamos sozinhos. Seu amor fiel e santo nos acompanha em qualquer circunstância da vida. Só precisamos confiar em seu amor fiel. Quando nós confiamos verdadeiramente a Ele, o fardo não desaparece, mas torna-se mais suportável. O caminho da fé não prescinde das provas e pesos, ao contrário, é um caminho de cruz. Deus não permite o sofrimento pelo sofrimento, só para nos ver sofrer, mas permite a dor e as lutas para que sejamos mais fortes. Quem tem fé, quem caminha com Jesus, nunca abandona a cruz.
A vida é passageira, mas temos o Senhor. Ele nos oferece o seu amor para que façamos da vida passageira um instante de amor e sentido.
Que Nossa Senhora ancore nossas esperanças humanas na maior esperança que nos vem da fé em Cristo e que nunca nos falte o louvor e o reconhecimento que Deus governa nossas vidas.