A Solenidade de Todos os Santos convida-nos solenemente à elevação dos nossos olhos e corações ao céu. A santidade é sempre uma chamada universal, todos os homens e mulheres são chamados a fazer plena comunhão com Deus.
Esta comunhão não é somente vertical, somente com Deus, mas toca nossa relação com as pessoas que nos cercam. Os santos foram homens e mulheres que caminharam para Deus sem se afastar dos homens; eles tornaram-se vizinhos dos mais pobres e sofredores. A comunhão dos santos é uma realidade que contemplamos também na comunhão que nos propomos a realizar em nossas relações ordinárias nesta vida ainda. A revolução de Cristo ao sair vitorioso da morte também aparece quando amamos quem está do nosso lado e fazemos comunhão, ainda que nossas ideias e pensamentos sejam divergentes.
Os Santos são sinais luminosos na história da humanidade. Testemunham a beleza do seguimento a Cristo, principalmente, nos momentos de grandes tribulações. Eles nos ensinam que a confiança em Deus deve preencher nosso coração em qualquer circunstância da vida.
Sem Deus, a humanidade pereceria. Estaríamos mergulhados numa vida sem sentido. Quando contemplamos a vida dos Santos e Santas, contemplamos o quão é claro a confiança inabalável em Deus e na Sua santa vontade. A santidade é um chamado universal que sempre nos convoca à confiança na bondade de Deus.
No caminho de santidade para Deus, o Evangelho nos oferece o estilo de vida das bem-aventuranças. Um caminho de felicidade, porque vem de Deus, mas que comporta as cruzes próprias da vida neste mundo. Pela força do batismo, somos movidos a corresponder a esse caminho, e a vida dessa reposta é atrás de um coração pacífico. “Como nos tornamos então pacificadores? Antes de mais, é necessário desarmar o coração. Sim, porque estamos todos equipados com pensamentos agressivos, uns contra os outros, com palavras afiadas, e pensamos estar a defender-nos com o arame farpado da queixa e os muros de cimento da indiferença; e entre queixa e indiferença defendemo-nos, mas isto não é paz, isto é guerra. A semente da paz pede-nos que desmilitarizemos o campo do coração. (…) E como se desmilitariza o coração? Abrindo-nos a Jesus, que é ‘a nossa paz’ (Ef 2, 14); permanecendo diante da sua Cruz, que é a cátedra da paz; recebendo d’Ele, na Confissão, ‘o perdão e a paz’. Por aqui se começa, pois ser pacificadores, ser santos, não é capacidade nossa, é dom seu, é graça. (Papa Francisco)
A santidade e seu caminho exigente é sempre fruto da graça de Deus. Nas nossas fragilidades, cabe a decisão permanente pela fidelidade a Cristo, mas a iniciativa do chamado à santidade e a coragem são sempre dádivas do amor divino por todos os homens e mulheres.
A santidade é um caminho bonito de amor. É exigente, mas sempre caminho de amor! Deus ama profundamente a humanidade. Ama-nos com decidida afeição. Precisamos trilhar um caminho de conversão que corresponda a esse amor maravilhoso de Deus.
No coração da Virgem Maria, podemos cultivar o desejo sincero de abraçar todos os dias o chamado de santidade oferecido por Deus. Ela nos ensina, com carinho e dedicação materna, a nutrir na vida concreta um coração unido a Deus. Um coração que ama a Deus e também aos irmãos!