A chamada missionária é constitutiva do ser cristão. Não se pode pretender o Evangelho de Cristo ausentando-se da atividade missionária da Igreja no mundo. A autoridade do ensinamento missionário de Jesus abarca a todos. Esse ensinamento nos chama ao encontro de todos: “Vai com amor ao encontro de todos, porque a tua vida é uma missão preciosa: não é um peso a suportar, mas um dom a oferecer. Coragem! Sem medo, vamos ao encontro de todos!” (Papa Francisco).
O ensinamento de Jesus está todo contido na Palavra de Deus. No último domingo, o Papa Francisco, na celebração do domingo da Palavra de Deus, nos ensinou que, “a Palavra atrai a Deus e envia aos outros: tal é o seu dinamismo. Não nos deixa fechados em nós mesmos, mas alarga o coração, faz inverter o rumo, altera os nossos hábitos, abre novos cenários, desvenda inesperados horizontes.”
Diante de um mundo tão pluralizado, será que ainda devemos anunciar os ensinamentos de Jesus Cristo? Será que não estaríamos ferindo a quem diz não querer receber o anúncio do Evangelho? Um dos documentos finais do Concílio Vaticano II é muito claro sobre a pertinência e a urgência da propagação do Evangelho a todos os homens e mulheres: “A Igreja, enviada por Deus a todas as gentes para ser ‘sacramento universal de salvação’, por íntima exigência da própria catolicidade, obedecendo a um mandato do seu fundador, procura incansavelmente anunciar o Evangelho a todos os homens. Já os próprios Apóstolos em que a Igreja se alicerça, seguindo o exemplo de Cristo, ‘pregaram a palavra da verdade e geraram as igrejas’. Aos seus sucessores compete perpetuar esta obra, para que ‘a palavra de Deus se propague rapidamente e seja glorificada’ (cf. 2 Tess. 3,1), e o reino de Deus seja pregado e estabelecido em toda a terra” (cf. Ad Gentes, n. 01). O dever missionário nunca é um peso para os cristãos, mas um apostolado que perpassa toda a vida. O que move nosso esforço missionário é o amor que nutrimos pelo Senhor e pela salvação de todos os homens. Um dever de amor!
O Papa Francisco, em uma de suas mensagens para o Dia Mundial das Missões, usou uma expressão interessantíssima para retratar o olhar missionário da Igreja sobre o mundo que deve ser evangelizado e para falar também da necessidade urgente de anunciar o Evangelho até os extremos confins: “a fé em Jesus Cristo dá-nos a justa dimensão de todas as coisas, fazendo-nos ver o mundo com os olhos e o coração de Deus (…)”. O mundo dos homens deve ser evangelizado com o olhar de Deus. A Igreja não anuncia a si mesma e nem o seu próprio olhar; ela foi encarregada de apresentar Jesus e Sua Salvação. Para tal, devemos levar a peito aquilo que o Papa nos pede constantemente: “uma Igreja em saída até aos extremos confins requer constante e permanente conversão missionária. Quantos santos, quantas mulheres e homens de fé nos dão testemunho, mostrando como possível e praticável esta abertura ilimitada, esta saída misericordiosa ditada pelo impulso urgente do amor e da sua lógica intrínseca de dom, sacrifício e gratuidade (cf. 2 Cor 5, 14-21)”. O nosso amor a Deus deve transbordar concretamente em nossas vidas; quando amo verdadeiramente a Deus eu vou missionariamente ao encontro dos irmãos!
Nenhum mal deste mundo tem poder para barrar o amor que emana do ensinamento de Nosso Senhor. Que a Virgem Santíssima interceda por toda a Igreja para que tenhamos a prontidão e o ardor missionário, levando o anúncio do Evangelho de Cristo a todos.