Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz OFM,Cap
A paternidade é um dom necessário para o progresso da sociedade. Não podemos preterir a missão de um pai na construção de famílias. Neste domingo em que celebramos o dia dos pais, poderíamos meditar sobre tantas virtudes e papéis que um pai cristão deve desenvolver para cumprir bem sua missão na família. A missão da paternidade é indispensável na consolidação de sociedades sadias: “Toda família tem necessidade do pai. Hoje nos detemos no valor do seu papel” (Papa Francisco).
Cabe à Igreja a alta missão de cultivar no tecido social a necessidade permanente da presença generosa dos pais nas famílias. E como diz o nosso saudoso Papa Francisco, os pais “são para as novas gerações custódios e mediadores insubstituíveis da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como São José.”
Todo bom pai deve estar continuamente presente na vida familiar, deve ser um homem próximo de sua esposa, e juntos, ser capazes de “(…) compartilhar tudo, alegrias e tristezas, fadigas e esperanças. E deve estar próximo dos filhos em seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando ousam ou hesitam, quando erram e voltam atrás. Pai presente, sempre! Presente não significa controlador, pois isso pode anular o filho” (Papa Francisco). A paternidade é um grande dom que Deus deu à humanidade. Como pensar na estabilidade da família sem a discreta e forte presença do pai de família? O plano de amor que Deus, desde toda a eternidade, cumulou-nos é um plano que nos faz enxergar a missão do pai como aquele que ensina os filhos o segredo da felicidade: dar a própria vida pelo outro.
No Evangelho deste domingo, Nosso Senhor fala sobre a administração dos bens, a partir do cuidado da Igreja no mundo. Todo pai tem a missão de administrar, mas não somente a administração financeira de um lar. Ele precisa saber lidar com o cuidado dos afetos e proteção de sua família. Não podemos descuidar dessas características tão fundamentais da missão da paternidade.
É claro que, infelizmente, vivemos em contextos que nos deseducam nesse sentido do dar a vida por amor. Os filhos devem aprender com o pai, e também com a mãe, que os vínculos amorosos familiares tornam-se fortes e insubstituíveis quando saímos do plano das ideias para a efetivação dos atos concretos. A paternidade tem a força de educar os filhos para a firmeza do amor concreto, do amor que aprende a dar livremente a própria vida. O verdadeiro amor, vivido e ensinado primeiramente no ambiente familiar, tem a capacidade de educar-nos para a eternidade, de orientar nossos olhos para aquilo que não passa! Só o amor que sabe dar a vida é capaz de fundar a eternidade também nos nossos vínculos humanos.
Que neste domingo dos pais, aprendamos com eles a fincar nossos valores e convicções de vida nas coisas simples da vida, nas coisas do céu. O seio da família cristã deve ser um lugar de aprendizagem. Aprender a dar a vida, a escutar o outro com paciência, a perdoar sempre, a celebrar as conquistas do outro… E quando chegar o dia do nosso juízo diante do Bom Deus, estejam visíveis em nossos corpos as marcas do amor mútuo, da escuta atenta, as marcas de se ter uma verdadeira família.
Neste domingo, também, olhamos para o valor inegociável da família. Em todo o território nacional, estamos iniciando a Semana Nacional da Família. Em nossa arquidiocese, teremos reflexões e celebrações familiares nas paróquias, culminando no próximo sábado com a tradicional Caminhada das Famílias. Queremos levar sempre a mensagem da família e da vida a todos os ambientes. E que Nossa Senhora, Aquela que tanto ama a família, nos ajude a compreender que uma família perfeita não existe, mas que existe a família que Deus nos confiou. E que temos a missão de levá-la rumo à eternidade. Que Deus abençoe a todos!