A descida do Espírito Santo é a celebração do amor de Deus, do amor que nunca se acaba. Ao contrário, somos renovados nesse amor a tal ponto de dar a nossa própria vida em favor da missão da Igreja.
O maravilhoso dom do Espírito Santo, recebido no dia do nosso Batismo, fala-nos constantemente que Deus não abandona seus filhos. O Senhor prometeu enviar o Paráclito: “(…) que nos tornaria capazes de receber a Deus. Assim como a farinha seca não pode, sem água, tornar-se uma só massa nem um só pão, nós também, que somos muitos, não poderíamos transformar-nos num só corpo, em Cristo Jesus, sem a água que vem do céu” (Santo Irineu). O Espírito Santo, além de nos santificar, Ele nos une ao Cristo Ressuscitado. Faz com que sejamos um também com nossos irmãos. Essa união é o lugar da missão!
O Domingo de Pentecostes ainda é fruto da manhã da Ressurreição. É o Ressuscitado que nos comunica o fogo do amor de Deus. Que tipo de luz o mundo necessita? São muitas as façanhas humanas, e muitas destas são belas, mas, há uma iluminação que só pode vir da graça de Deus. O mundo, tão sacudido pelas ondas das ideologias, necessita unicamente da luz que vem de Deus. Sem Deus e sem a Sua graça, não podemos fazer nada!
Entremos com alegria na escola do Espírito Santo que nos conduz na estrada do amor no meio do mundo, como nos pede o Papa Francisco: “(…) vamos à escola do Espírito Santo, para que nos ensine tudo. Invoquemo-Lo todos os dias, para que nos lembre de começar sempre do olhar de Deus pousado sobre nós, mover-nos nas nossas escolhas escutando a sua voz, caminhar juntos, como Igreja, dóceis a Ele e abertos ao mundo”. Não é uma tarefa fácil, mas quando nos permitimos ser guiados pela luz de Deus, abrindo mão de nossos próprios planos, o Senhor revela sua bondade ao longo do caminho. Oferece o seu amor que nunca nos abandona!
O Espírito Santo é consolo que acalma. Ele é doce alívio! O consolo de Deus não nos paralisa num conformismo ingênuo, mas nos põe no lugar daqueles que confiam em Deus, e confiam em tudo! “Se tirais o seu respiro, eles perecem e voltam para o pó de onde vieram; enviai o vosso Espírito e renascem e da terra toda a face renovais.” (Sl 103)
Celebrar Pentecostes significa celebrar a confiança no amor constante de Deus. Não estamos entregues a nós mesmos, mas temos um Defensor, o Espírito Santo, que nos foi dado para caminhar neste mundo. Naquele dia de Pentecostes, a Igreja se manifestava publicamente e na sua voz saltava o feliz anúncio que ecoa até os nossos dias: Deus ama todos os homens e mulheres!
A descida de Pentecostes é ainda um movimento de abertura. Deus derrama seu Espírito sobre o coração do mundo, abrindo este, sem reservas: “O Espírito não quer que a recordação do Mestre seja cultivada em grupos fechados, em cenáculos onde tendemos a ‘fazer o ninho’. E esta é uma doença má que pode vir à Igreja: uma Igreja não comunidade, nem família, nem mãe, mas ninho. O Espírito abre, relança, impele para além do que já foi dito e feito, Ele impele para além dos recintos duma fé tímida e cautelosa” (Papa Francisco).
Na escola do Espírito Santo, abrimo-nos a todos! Não há fechamentos. Somos todos irmãos! Peçamos à Virgem Maria, a Esposa do Espírito Santo, que nos eduque na escola de santidade de Seu Filho Jesus. Que sua prece de Mãe nos acompanhe, principalmente, quando nos faltar o ardor apaixonado pelo anúncio de Cristo na estrada do mundo e no coração de nossos irmãos e irmãs!