A Mãe Aparecida, Padroeira do Brasil, nos ajuda a lançar o olhar para o alto. Corações ao alto é a meta da vida cristã! E essa meta nos exige um compromisso de paz com todos!
O mundo presente vive as agitações de uma guerra que fazem tombar, terrivelmente, a vida dos mais fracos e inocentes. Como cristãos, seremos sempre a favor da paz entre todos: “A guerra é uma derrota. Toda guerra é uma derrota. Rezemos pela paz em Israel e na Palestina” (Papa Francisco).
Cremos na única vitória permitida; a vitória de Cristo sobre o pecado e o mal é a garantia de uma nova vida para todos os que creem Nele. Com essa vitória, abre-se diante de nossos olhos e existência um futuro novo. Não se trata aqui de uma vida que salta o sofrimento. Não! Para nós cristãos, o sofrimento e as dificuldades são realidades superáveis. Não lidamos com o sofrimento como se fosse um inimigo a ser constantemente repelido, mas, com a força da fé, olhamos e enfrentamos tudo que se levanta diante de nós, e fazemos isto com a humildade de quem confia sua vida nas mãos de Deus.
Vivemos em tempos difíceis em que a nossa fé está sendo seriamente provada. Com a Virgem Maria, aprendemos a manter-se firme na fé em Cristo. Essa fé deve exercitar o nosso olhar confiante para as alturas. Um olhar de esperança sobre as dores do mundo.
Como agir quando tudo ao nosso redor parece ruir? Como fiéis, qual deve ser a nossa atitude realista diante de tantos sofrimentos? No rito da Missa, há uma expressão exclamativa que às vezes não damos conta de sua força: “Corações ao alto”. O que a Igreja nos ensina com esta expressão? O que ela tem a ver com a superação do sofrimento?
“Corações ao alto” é um desejo sincero do coração que crê ainda nesta terra, com seus altos e baixos. A nossa resposta, com a nossa própria vida, deve ser: “O nosso coração está em Deus”. Quando não buscamos viver na presença de Deus, nossas escolhas vão nos puxando para baixo. Daí, vamos construindo nossa vida fazendo parceira com o egoísmo, a mentira (…) O próprio Deus tem de puxar-nos para o alto; e foi isto que Cristo começou a fazer na Cruz. Desceu até à humilhação extrema da existência humana, a fim de nos puxar para o alto rumo a Ele, rumo ao Deus vivo. Jesus humilhou-Se (…) Só assim podia ser superada a nossa soberba: a humildade de Deus é a forma extrema do seu amor, e este amor humilde atrai para o alto” (Papa Bento XVI).
Portanto, temos a garantia da única vitória que importa, a vitória do Cristo Crucificado sobre os nossos pecados. Não podemos justificar uma vida orientada para baixo, como se o Mistério Pascal de Nosso Senhor fosse uma simples memória de um passado distante. Não podemos nos deixar abater pela cultura da desesperança. A mão vitoriosa de Deus nos orienta, nos dá um caminho novo, cheio de esperança e superações. Ele também nos dá Sua Mãe como consolo. Que a Virgem Mãe Aparecida nos ensine a ter os nossos corações vacilantes voltados para o alto, para Deus, e, consequentemente, voltados também para as necessidades de nossos irmãos.