Ao longo de sua vida apostólica, Nosso Senhor sempre nos ensinou que a sua missão redentora no mundo não estava reservada somente a Si, mas estendeu-se sobre seus apóstolos, e chegou até nós: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi pois ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!” (Mt 9,37-38). Vemos aqui claramente que o Senhor quer contar com todos. No campo de Deus, há trabalho para todos. Não importa o momento que chegamos na messe do Senhor. Na jornada do Evangelho pelas estradas do mundo, Cristo chamou a todos para que o reino seja conhecido em todos os rincões da terra. Ele conta com todos!
O envio missionário nos habilita para uma presença pacífica no coração da humanidade: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos” (Lc 10,18). Apesar das muitas contrariedades que surgiram ao longo da história e as que ainda virão, devemos transmitir, inquestionavelmente, a mensagem de paz em todas as circunstâncias. O mal não nos atingirá! Nossas mãos de discípulos do Senhor devem estar revestidas da caridade que cura e ressuscita os corações feridos. Cristo veio ao mundo para curar e ressuscitar!
Tudo que fazemos na vida, esperamos os frutos, e não seria diferente com a atividade missionária a qual somos chamados a desenvolver nesta vida. Contudo, sabemos que o nosso agir evangelizador vem precedido da graça de Deus. Nada fazemos sem contar com ela; tudo que fazemos pelo Senhor e pelos nossos irmãos, devemos antes suplicar referida graça. Uma outra coisa devemos pedir ao Senhor, o sadio entusiasmo, o mesmo que fora dado aos primeiros discípulos de Jesus: “(…) não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu.” (Lc 10,20) Somos todos missionários de Cristo, devemos a todo custo empenhar-nos em levar sua mensagem salvadora pelos confins da terra. O mal sempre nos rondará, mas temos a esperança que é capaz de exorcizá-lo do nosso caminho missionário. Os discípulos de Jesus jamais deverão temer o mal, pois vivem da providência de Deus e sabem que O Seu reino avizinha-se (Lc 10,11).
O Papa Francisco, ao falar dessa necessidade de suplicar ao dono da messe para que envie operários, fala da atitude universal que deve permear a oração da Igreja. A oração dos fiéis deve conter as necessidades do mundo. O Papa afirma: “Esse pedido de Jesus é sempre válido. Sempre devemos rezar ao ‘dono da messe’, isto é, Deus Pai, para que mande operários para trabalhar no seu campo que é o mundo. E, cada um de nós, deve fazê-lo com o coração aberto, com uma atitude missionária; a nossa oração não deve se limitar somente ao que precisamos, às nossas necessidades: uma oração é realmente cristã se também tiver uma dimensão universal.”
Em tempos tão desafiadores que vivemos, o Senhor continua a lançar o convite a segui-Lo. A esperança move-nos! Não podemos nos acomodar, Cristo nos chama a levar Seu amor às pessoas que se encontram desanimadas. E, como Igreja, não podemos nos esquivar de nossa parte na missão. O Reino de Deus começa na terra quando os discípulos se colocaram em saída pelo mundo sob as pegadas do Redentor, seguiram-No com um estilo de vida simples: “Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! (…) Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. (…) Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem.” (Lc 10, 4.7-8).
Cabe-nos, como discípulos e missionários de Jesus, revestir-nos desse ardor missionário que pode mudar os rumos da humanidade. Eis o segredo que transformará o mundo: ser um outro Cristo com alegria entre os homens! Que Nossa Senhora, a Estrela da Nova Evangelização, interceda pela Igreja em seu empenho missionário pelas estradas do mundo.