Estamos a poucos dias da celebração do Mistério da Encarnação de nosso Deus. O Natal do Senhor se aproxima! A cidade se enche de luz, às crianças são contadas a grande história do amor de Deus pela humanidade. Contudo, ainda estamos no tempo de preparação, ainda é advento, e, neste domingo, celebramos a alegria. O terceiro domingo do Advento é chamado de Gaudete, isto é, domingo da alegria. Não uma alegria excessivamente ostensiva, dispersa e fantasiosa, mas uma alegria que nasce da convicção de se estar unido ao verdadeiro Deus: o Deus que está próximo e que Se fez Menino para nos salvar. A humanidade tem atravessado um tempo bastante sombrio e doloroso. A pandemia tem desgastado a esperança de muitos. Mas, para os cristãos, os tempos difíceis são grandes oportunidades de superação.
A cada dia que passa, somos empurrados para uma cultura da pós religião. Há um pensamento quase que generalizado na cultura da negação de Deus. Deus tem sido tirado da pauta do dia do homem moderno. Estamos nos acostumando com ataques e zombarias dos que caricaturam a fé dos cristãos que habitam esta Terra de Santa Cruz. E o que fazer? Obviamente que devemos cultivar o bom convívio com quem pensa diferente, com quem crê diferente, ou até mesmo, com quem vive convicto de um ateísmo prático, ou seja, da negação da piedade religiosa. Mas, não aceitamos que em nome de uma falsa convivência pluralista se desdenhe da fé e da alegria de quem crê em Jesus Cristo.
Este tempo de preparação do Natal do Senhor também pode nos ajudar a melhorar nossas atitudes de cristãos. Como cristãos, será que anunciamos com a vida a prioridade de Deus? Será que o sentido de nossa alegria nasce da fé em Cristo? Ou será que estamos nos tornando adeptos dessa pós religião que descarta Deus e coloca as falsas necessidades humanas no centro de tudo? São perguntas que devem ser interiorizadas e confrontadas, todo cristão deve fazê-las com o fim de anunciar unicamente Jesus Cristo. Não devemos nos calar diante de tanto paganismo e zombaria da fé; mas antes de tudo, precisamos pedir a graça de Deus de nos encantar novamente com a simplicidade de quem contempla o presépio e vê ali o quanto Deus nos ama.
A cultura pode se paganizar, mas resistiremos e nos apoiaremos nas palavras emblemáticas do Papa Francisco: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus (…) Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria”. O presépio de Natal, que apresentamos ao mundo, não é um aglomerado de imagens empoeiradas pelo tempo e nem é uma mensagem cansada e repetitiva da Igreja para doutrinar, como assiduamente nos acusam os que dizem não terem fé. O presépio diz sobre um amor, sobre uma Pessoa: o amor extremado do verdadeiro Deus que desceu do céu para estar com os pecadores.
Que Nossa Senhora, a Mãe da verdadeira fé, nos auxilie neste tempo de advento. Que através do olhar Dela, nossas atitudes sejam fortalecidas para anunciar sempre que Deus não está no passado medieval e nem é uma crença dos tempos em que não havia o progresso da ciência. Deus é sim o sentido de quem crê, e essa convicção faz nascer a alegria que ninguém e nem zombaria alguma podem nos roubar. Façamos deste tempo de preparação do Advento uma feliz ocasião para renovarmos nossa fé no Senhor! Deus espera que sejamos um povo bem disposto para acolher sua amorosa presença.