Celebração da Paixão: “a história da salvação não termina com a morte. Passa por ela e se abre para nós na ressurreição”

Dom Manoel Delson, Arcebispo da Paraíba, presidiu a celebração da Paixão desta Sexta-Feira Santa na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves. Refletindo sobre o sentido desta solenidade, o Arcebispo ressaltou que o amor de Deus é infinito pela humanidade. “A misericórdia de Deus pela humanidade não tem limites e a prova disso é Seu Filho ter dado a vida, da forma que deu, por cada um de nós”, afirma. Lembrando os tempos difíceis impostos pelas dificuldades da vida e da própria pandemia, Dom Delson lembrou que Deus jamais desampara Seus filhos: “no medo da solidão e do desamparo, olhemos para a cruz e lembremos que Deus nunca nos abandona e nos ama profundamente. Vivamos esse amor, trabalhando para que o amor reine entre nós”.

A Celebração da Paixão faz parte do Tríduo Pascal e narra a morte de Jesus na cruz. Tradicionalmente neste dia é realizada a Procissão do Senhor Morto e os fieis, na igreja, são convidados a venerarem a Santa Cruz. Porém, com as restrições da pandemia, estes momentos foram suprimidos. “Não é fácil para nós mais um ano com essa vivência diferenciada da nossa Semana Maior, mas temos a convicção de estarmos fazendo a nossa parte nessa tentativa de frear a pandemia”, disse Dom Delson. A Paraíba já registra a morte de quase 6 mil pessoas por covid-19 e o mês de março foi o mais letal no Estado desde o início da pandemia. “Os hospitais estão lotados, os trabalhadores da linha de frente exaustos, todos temendo um colapso total da rede de saúde… não podemos ficar indiferentes a esta realidade”, finaliza.

O Arcebispo pede que cada um faça seu exame de consciência para que, juntos, todos possam superar os males que causam a morte e a destruição da humanidade. “Erramos no pecado da desobediência, da pequenez do homem que não se guia pelo amor, mas pela maldade, pelo egoísmo”. E reforça: “trabalhemos para que o amor reine entre nós!”.

Sobre a vivência da Sexta-Feira Santa, Dom Delson lembra que não se trata de um dia para venerar a morte. “Nós não celebramos a Paixão de Nosso Senhor como se fosse um funeral, nós celebramos experimentando no nosso coração o gosto saboroso e precioso do amor de Deus em nossas vidas”. E concluiu: “que a celebração desse dia nos ajude a viver nos caminhos do Senhor, na santidade, na esperança e na paz. Que vençamos, com a força do Cristo, a morte, o pecado, a pandemia e suas consequências e que reine nos nossos corações a esperança”.