Paixão do Senhor e Procissão do Senhor Morto levam multidão à Catedral e às ruas de João Pessoa.

Na tarde de ontem, dia 6 de abril, fiéis lotaram a Catedal Basílica de Nossa Senhora das Neves, no centro de João Pessoa, para participar da cerimônia da Paixão do Senhor, um dos momentos mais importantes do Tríduo Pascal.

Este é o único dia em que não se celebra Missa na Igreja Católica; o dia inteiro é dedicado ao silêncio, rompido apenas pela cerimônia da Paixão, onde relembrarmos o exato momento em que Jesus é preso e condenado à morte de cruz. É humilhado, torturado, crucificado e morto.

O Arcebispo Metropolitano da Paraíba, Dom Manoel Delson, presidiu a cerimônia, concelebrada pelo pároco da Catedral, Monsenhor Robson Bezerra, e um grande número de pessoas que ocupavam todos os espaços da igreja. Gente vinda de todos os bairros da capital e região metropolitana, como dona Francisca Ferreira de 65 anos, que mora na cidade do Conde, litoral sul de João Pessoa, que pela primeira vez participa desse momento na catedral: “Eu nunca tive aqui. Sou católica, sempre fui à Missa na minha cidade e participo de tudo por lá mesmo, mais hoje minha filha me trouxe pra cá, eu tô achando tudo lindo. Jesus é muito lindo, e deu a vida por nós. Essa igreja é linda, grande, e também tem o bispo, né, meu filho. Tudo aqui é lindo!”

Depois da leitura do evangelho e a pregação de Dom Delson, o Beijo e a Adoração da Cruz foram os momento em que os fiéis de joelhos puderam contemplar o mistério da Paixão do Senhor. A Cruz que dá sentido a nossa vida, que nos faz compreender o real motivo pelo qual Deus nos ama tanto e nos quer como verdadeiros filhos e filhas Dele. Cruz que deixa de ser um sinal de morte e passa a ser um sinal de vida com a vitória de Jesus sobre ela.

No fim da tarde, todo o povo reunido do lado de fora da Catedral dava os primeiros passos na procissão do Senhor Morto pelas ruas do centro histórico. Animada por um trio elétrico, uma verdadeira multidão vencia as ladeiras históricas. Acompanhando de pertinho a imagem da Virgem das Dores e de Nosso Senhor Morto, o povo cantava e rezava relembrando os momentos em que os discípulos retiram o corpo de Jesus da cruz para sepultá-lo.

Durante todo o trajeto era possível ver pessoas de todas as idades, rezando, louvando, fazendo preces e agradecimentos a Deus; alguns em grupo, outro sozinhos, mas com a mesma intenção no coração, contemplar o amor de Cristo por todos e cada um naquele momento tão sublime.

No inicio da noite, a multidão se espremia em frente à Igreja do Carmo para rezar e se despedir mais uma vez das imagens, e agradecer por participar desse momento tão significativo da nossa fé, que amadurece todas as vezes que vivenciamos momentos como este.

Roberval Borba