“Inteligência artificial e sabedoria do coração: por uma comunicação plenamente humana.” Este é o tema escolhido pelo Papa Francisco para a celebração do 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado em 12 de maio de 2024. Tradicionalmente, o tema é divulgado em 29 de setembro, festa litúrgica dos Santos Arcanjos, na qual se celebra o padroeiro dos comunicadores, São Gabriel. A mensagem será conhecida no próximo 24 de janeiro, memória de São Francisco de Sales.
A justificativa da escolha, segundo o Boletim de Imprensa da Santa Sé, é que a evolução dos sistemas de inteligência artificial torna cada vez mais natural a comunicação através e com as máquinas, de tal modo que se tornou cada vez mais difícil distinguir o cálculo do pensamento, a linguagem produzida por uma máquina daquela gerada pelos seres humanos.
Como todas as revoluções, também esta baseada na inteligência artificial coloca novos desafios para que as máquinas não contribuam para espalhar um sistema de desinformação em larga escala e não aumentem a solidão daqueles que já estão sós, privando-nos do calor que só a comunicação entre pessoas pode dar. É importante orientar a inteligência artificial e os algoritmos, de modo que haja em todos nós uma consciência responsável no uso e no desenvolvimento dessas diferentes formas de comunicação, que acompanham as das redes sociais e da internet. A comunicação deve ser orientada para uma vida mais plena da pessoa humana.
Na mesma linha da reflexão para o Dia Mundial das Comunicações Sociais será o Dia Mundial da Paz de 2024, celebrado em 1º de janeiro. O tema escolhido foi “Inteligências Artificiais e Paz”. O argumento foi divulgado em 8 de agosto, pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. O notável progresso feito no campo da inteligência artificial tem um impacto cada vez mais profundo na atividade humana, na vida pessoal e social, na política e na economia.
Segundo o Dicastério, o Papa Francisco pede “um diálogo aberto sobre o significado dessas novas tecnologias, dotadas de potencial disruptivo e de efeitos ambivalentes”. O Pontífice ainda lembra a necessidade de se estar vigilante e de se trabalhar para garantir que “uma lógica de violência e de discriminação” não estejam vinculadas ao se produzir e se usar esses dispositivos, em detrimento dos mais frágeis e excluídos:
“Injustiça e desigualdades alimentam conflitos e antagonismos. A urgência de orientar a concepção e o uso das inteligências artificiais de forma responsável, para que estejam a serviço da humanidade e da proteção da nossa casa comum, exige que a reflexão ética seja estendida no âmbito da educação e do direito.”
Ao divulgar a inteligência artificial como tema de reflexão para o Dia Mundial da Paz de 2024, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral ainda destaca a importância de se “proteger a dignidade da pessoa e o cuidado de uma fraternidade verdadeiramente aberta a toda a família humana” como condições indispensáveis para que o desenvolvimento tecnológico contribua para a promoção da justiça e da paz no mundo.
Pascom Brasil