Seguir Cristo com fidelidade

Na Solenidade deste domingo, “fixemos o nosso olhar nos dois Apóstolos, Pedro e Paulo: o pescador da Galileia que Jesus fez pescador de homens; o fariseu perseguidor da Igreja transformado pela Graça em evangelizador dos gentios” (Papa Francisco). Esses dois grandes apóstolos nos colocam diante da necessária fidelidade que nos propõe o Evangelho de Nosso Senhor. O chamado apostólico passou pelo total comprometimento de homens que foram capazes de derramar o sangue por causa de Cristo. Faz parte do jeito dos apóstolos a entrega irrevogável de suas vidas. A perseguição religiosa sempre acompanhou a história da Igreja no mundo, mas vale lembrar que a resposta dos cristãos sempre partiu do amor. Não somos chamados a uma ingênua presença no mundo, mas existe uma resposta de amor que sabe suportar a prova e até mesmo a disponibilidade do martírio.

Na passagem do Evangelho de São Mateus 16, 16-19, Pedro nos revela sua confissão de fé em Jesus, acolhe-O como Messias e Filho de Deus; tal confissão é solidária, ele a faz também em nome do grupo dos apóstolos. O nosso apóstolo é apresentado como rocha, ele não se autodenomina assim, mas recebe essa missão do próprio Senhor. Esta confissão de Pedro, que diz que o Senhor é o Messias, não foi mérito de um conhecimento humano, mas veio de Deus. Ele carrega a missão especial de conduzir a Igreja de Cristo, chamado a governá-la com o serviço da caridade e da esperança. A missão de Pedro continua na história com o serviço prestado pelo papa. O papado é um dom para a humanidade. Tão recentemente o Senhor quis escolher o nosso querido Papa Leão para ser o Sucessor de Pedro. Deus escolhe homens fracos para manifestar sua força e desconcertar a lógica das sociedades marcadamente secularizadas, que a tanto custo tentam expulsar Deus para a margem da existência humana. Agem como se Deus fosse inimigo dos homens e mulheres. Nosso testemunho cristão deve declarar que Deus é o centro, e que existimos no amor Dele.

E Paulo? O testemunho das Sagradas Escrituras o apresenta como um homem cheio de ardor pela evangelização. Faz da sua vida, depois de encontrar o Senhor Ressuscitado na estrada de Damasco, um pleno serviço em favor dos homens e mulheres. O apóstolo das gentes não se poupou, não reteve sua vida, mas foi até às últimas consequências do martírio: “a iconografia tradicional apresenta São Paulo com a espada, e sabemos que esta representa o instrumento do seu martírio. Mas, repassando os escritos do Apóstolo dos Gentios, descobrimos que a imagem da espada se refere a toda a sua missão de evangelizador. Por exemplo, quando já sentia aproximar-se a morte, escreve a Timóteo: “Combati o bom combate” (2 Tm 4, 7); aqui não se trata seguramente do combate de um comandante, mas daquele de um arauto da Palavra de Deus, fiel a Cristo e à sua Igreja, por quem se consumou totalmente” (Papa Bento XVI).

Que neste ano jubilar da esperança, sejamos marcados pelo firme propósito de seguir o Senhor com a mesma fidelidade desses dois grandes apóstolos da Igreja; que o convincente testemunho de Pedro e Paulo ajude sempre a Igreja deste tempo a não se poupar e não temer o caminho da cruz de Jesus.