Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap, Arcebispo metropolitano da Paraíba
Todo o mês de agosto é um tempo para celebrar, especialmente, as vocações da Igreja. No terceiro domingo de agosto celebra-se a vocação da vida religiosa. Os consagrados são aqueles que, mais estreitamente, imitam os passos de Cristo no mundo. Com isto, a Igreja quer dizer ao mundo que Cristo é o perfeito Consagrado do Pai, Aquele que é a fonte perene da alegria para a nova humanidade.
Cristo prolonga sua consagração total ao Pai na oferta de vida de todos os consagrados; homens e mulheres que se dedicam ao serviço das coisas de Deus e das coisas da humanidade: “a humanidade inteira aguarda: pessoas que perderam toda a esperança, famílias em dificuldade, crianças abandonadas, jovens a quem está vedado qualquer futuro, doentes e idosos abandonados, ricos saciados de bens mas com o vazio no coração, homens e mulheres à procura do sentido da vida, sedentos do divino…” (Papa Francisco). A missão dos consagrados passa pela incondicional pertença a Deus, mas também passa pelo desdobramento daquelas que são as dores dos homens e mulheres que estão distantes de Deus.
O Menino Jesus, entre os braços da sua Mãe, a Virgem Maria, foi oferecido no Templo para também nos revelar o caminho da obediência. Ele e Sua Mãe, que foi purificada, partilham da mesma obediência que os levará aos pés da cruz. Os consagrados da Igreja são chamados por Deus a estarem no meio da escuridão do mundo, não para acusar os pecadores, mas para levar-lhes a luz de Cristo. Todo consagrado deve ter a constante consciência que sua vida deve ser dedicada aos pobres, aos sofredores, aos pecadores… Como é estranho um consagrado que não se dedica exclusivamente às coisas de Deus e dos homens, que passa a pautar sua existência segundo os padrões mundanos, vivendo como se sua vida não estivesse mais comprometida para os outros. O Papa Francisco cunhou a maravilhosa frase “Onde há os consagrados, há alegria”. Não se trata somente de uma frase, mas de um diagnóstico da realidade dos que realmente abraçam o caminho do sofrimento redentor de Cristo, como fez a Santíssima Virgem Maria, que viveu sua consagração a Deus de maneira exclusiva e feliz.
A crise latente do mundo presente pode ser amenizada pela entrega irrevogável de tantos consagrados que não hesitam de testemunharem o amor de Deus no meio do mundo. Que nunca nos cansemos de pedir ao Dono da Divina Messe a abundância de vocações para o serviço da Igreja. Que nossos jovens sejam despertados para essa entrega tão bonita em favor do Reino de Deus no coração das pessoas. Sejam sinais de esperança, como pede o Papa Francisco: “Sim, porque vocês têm esta grande missão: testemunhar a todos a alegria que vem da amizade com Cristo”. Não queiram comprometer vossas vidas num movimento mínimo de mediocridade, mas abram-se ao chamado de Cristo que sempre está à vossa procura.
Rezemos pelos consagrados da Igreja! Para que eles não se esqueçam de levar através de suas vidas a luz de Cristo ao mundo. Que Nossa Senhora, a fiel consagrada do Pai, desperte muitíssimos corações juvenis para o serviço da Igreja no coração da humanidade.