Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, Arcebispo Metropolitano da Paraíba
A oração é a via do encontro entre Deus e o homem. Ao longo da história da humanidade, o Senhor sempre veio ao nosso encontro, e mesmo sendo Deus, não poupou-Se de estar entre os homens.
Nesse encontro amoroso com o Senhor, somos, completamente, amparados pela sua mão protetora. Não somos como ovelhas que não tem o cuidado do Pastor. Deus cuida de nossas vidas até quando não O percebemos!
O Papa Francisco, em muitas de suas catequeses sobre a oração, repete o refrão: a oração cristã não fecha os olhos sobre a vida. Aqui nesta pequena afirmação, vemos que a oração é um meio de aprendizagem; quando rezamos, colocamos a nossa vida nas mãos de Deus, e Dele recebemos a orientação, o norte que necessitamos. A oração é sempre um encontro de amor entre o Deus que nos ama e nos protege e a fragilidade do nosso pobre coração!
A oração também nos coloca diante do necessário temor que devemos ante o mal, e como diz o Papa: “Aquele que reza não é cego, e vê nitidamente diante dos seus olhos este mal tão incômodo e, portanto, em contradição com o próprio mistério de Deus, ele o vê na natureza, na história, mesmo em seu próprio coração. Porque não há ninguém entre nós que possa dizer que está isento do mal, ou pelo menos de ser tentado.” Contudo, esse temor não deve ser maior do que a consciência que o bem vence sempre, na oração mesmo do Pai-Nosso, ensinada por Nosso Senhor e que rezamos em cada Missa, pedimos para não cairmos em tentação. O centro da oração é o próprio Senhor e Sua Vontade, e nunca as dificuldades e temores que trazemos.
O que precisamos fazer para não se desviar desse encontro amoroso e cuidadoso com o Senhor? Algo muito simples: abrir o coração para deixar a graça de Deus entrar! Um ensinamento básico na oração é o caminho da humildade. Devemos nos colocar como filhos e filhas que escutam sempre a voz do Pai. Neste encontro de amor entre Deus e os homens que se dá na oração, somos ensinados a rezar, a dependermos do Pai em tudo. Não podemos perder tempo lutando contra a vontade do Pai, como se fôssemos a medida de todas as coisas. Não! A via da humildade treina-nos para acolhermos os frutos deste encontro de amor. A oração não é um apêndice na vida do discípulo e missionário de Jesus, mas o combustível que nos faz prosseguir na santidade. Sem oração, a nossa alma torna-se árida e pode até morrer.
E com a Virgem Maria “redescubramos o gosto da oração de adoração. Reconheçamos Jesus como nosso Deus e Senhor, voltemos a adorá-Lo” Papa Francisco. Confiemos nossa vida àquela que foi toda oração, à Santíssima Virgem Maria. Ela é modelo de oração cristã para a Igreja, fora capaz de submeter-se amorosamente ao Senhor. Que sua constante prece nos torne homens e mulheres que nunca fogem desse encontro de amor.