O Domingo da Divina Misericórdia, celebrado sempre no 2º Domingo da Páscoa é manifestação clara de que a Ressurreição de Nosso Senhor é sempre um ato que visa fazer o homem subir para Deus. Subir apoiado na Misericórdia.
A celebração da Divina Misericórdia não é uma devoção secundária, mas uma dimensão integrativa da fé e da oração do cristão. Ela não é um anexo, mas raios que emanaram do lado aberto do Cristo Ressuscitado a derramarem-se sobre as dores históricas da humanidade.
Papa o Papa Francisco, “existe na Igreja, ainda que, com estilos diferentes nas várias épocas, uma “identidade de misericórdia”, dirigida tanto ao corpo quanto à alma, desejando, com seu Senhor, a salvação integral da pessoa. A obra da misericórdia divina coincide assim com a própria ação missionária da Igreja, com a evangelização, porque nela resplandece o rosto de Deus como Jesus nos mostrou”.
Sem a Misericórdia do Senhor, nada seríamos. Afinal, “fora da misericórdia de Deus não há qualquer outra fonte de esperança para os seres humanos” (São João Paulo II). A Divina Misericórdia possibilita-nos crescer no caminho da fé, faz-nos adentrar nas chagas gloriosas do Ressuscitado. Quando entramos nas chagas de Jesus, vemos face a face o grande amor de Deus por nós: “entrar nas suas chagas significa contemplar o amor sem medidas que brotado seu coração. Este é o caminho. Significa entender que o seu coração bate por mim, por ti, por cada um de nós. Queridos irmãos e irmãs, podemos nos considerar e chamar-nos cristãos, e falar sobre muitos belos valores da fé, mas, como os discípulos, precisamos ver Jesus tocando o seu amor. Só assim podemos ir ao coração da fé e, como os discípulos, encontrar uma paz e uma alegria mais fortes que qualquer dúvida” (Papa Francisco).
Devemos apoiar nossas vidas na Misericórdia do Senhor. Nunca devemos desconfiar da gratuidade dessa misericórdia que nos quer sempre próximos a Ele, o Senhor: “o amor exige familiaridade, a misericórdia requer confiança. Já no início dos dez mandamentos, Deus dizia: «Eu sou o Senhor, teu Deus» (Ex 20,2) e reiterava: «pois eu sou o Senhor teuDeus, um Deus zeloso» (v.5). Aqui está a proposta de Deus, amante zeloso, que se apresenta como teu Deus; e do coração comovido de Tomé brota a resposta: «Meu Senhor e meu Deus!». Entrando hoje, através das chagas, no mistério de Deus, entendemos que a misericórdia não é mais uma de suas qualidades entre outras, mas o palpitar do seu coração. E então, como Tomé, não vivemos mais como discípulos vacilantes; devotos, mas hesitantes; nós também nos tornamos verdadeiros enamorados do Senhor! Não tenham medo desta palavra: enamorados do Senhor!” (Papa Francisco).
Neste tempo da Páscoa, abramos nossa existência ao Cristo que, incansavelmente, derrama os raios de sua misericórdia para nos salvar. Os dramas da vida não são maiores do que o amor misericordioso de Deus. Às vezes não sabemos suportar as provas e tribulações, e caímos na falta de fé, mas o cristão não desiste nunca! Apoia até mesmo sua falta de fé nesse grande amor de Deus. Não desistamos nunca!
Que a Virgem Maria, Mãe de Misericórdia, nos ensine a confiar nos raios da misericórdia de Seu Filho Jesus e, apoiados na sua fé inabalável de Mãe, possamos na concretude de nossas vidas dizer: “Meu Senhor e Meu Deus, Eu creio!” A nossa Arquidiocese está num ano celebrativo. Estamos celebrando 130 de elevação canônica como Diocese e 110 anos como Arquidiocese. Procuramos ao longo desses longos anos ser uma testemunha viva do rosto misericordioso de Deus no meio do povo paraibano.