O Domingo de Ramos da Paixão de Nosso Senhor, celebrado no mundo inteiro neste dia, nos faz meditar sobre a entrada de Jesus em Jerusalém. Nosso Senhor está subindo para a cruz. O povo o acolhe como Rei: “Hosana! Bendito Aquele que vem em nome do Senhor, o rei de Israel!” (Jo 12,13). O caminho de subida para Jerusalém, para a cruz, que começa com o Domingo de Ramos, é, antes de tudo, um caminho interior. O Senhor caminha conosco em todos os momentos da vida. Por vezes, não conseguimos acompanhar seus passos, e aí equivocadamente consideramos que Deus não olha mais para a nossa vida. O que não é verdade! Com o Senhor, caminhamos, peregrinos, para a altura da cruz. Ele nos dá força para não sucumbirmos nos sofrimentos da vida.
Essa subida para Jerusalém, como tudo na vida e no ministério de Jesus, é uma atitude solidária. Ele nos precedeu para reafirmar que não estamos sozinhos na caminhada da vida. Devemos entrar nessa procissão que levará a cruz. A Procissão de Ramos é uma memória de que somos peregrinos neste mundo. Caminhamos para o alto, e caminhamos na companhia de Jesus. É verdade que, por vezes, não conseguimos acompanhar os passos firmes de Nosso Senhor, mas Ele não nos abandona.
Quando abandonamos o Senhor, a vida perde o sentido. Passamos a viver com um tipo de peso de cruz que não vem do Senhor. A cruz de Cristo é redentora e consoladora. Ela até pesa sobre nossos ombros, mas a carregamos sabendo que chegaremos às alegrias da Ressurreição.
Iniciamos mais uma Semana Santa. Quais propósitos sinceros nutrimos ao longo do caminho quaresmal? Esses questionamentos devem ser respondidos à luz da fé. Mas não de qualquer fé. O sim que damos ao Senhor exige uma apropriação instalada na realidade. O caminho de fé que nos toca deve formar Cristo dentro de nós. Portanto, nossa vida deve corresponder aos fatos terrenos da vida de Jesus. Se Ele entrou em Jerusalém com o firme propósito de passar pela cruz, também nós devemos seguir seus passos. Do contrário, carregaremos fardos ao longo da vida que só nos cansarão. Perderemos o sentido de vida.
O Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo nos “batiza” na confiança de Deus. A cruz de Jesus se apresenta como um horror diante de nossas inconsistências, mas, para quem cresce na fé, a cruz é caminho, é via que amadurece. Quem dirige o olhar para o Crucificado é batizado no amor consolador de Deus. “Deixemo-nos surpreender por Jesus para voltar a viver, porque a grandeza da vida não está na riqueza nem no sucesso, mas na descoberta de que somos amados. Esta é a grandeza da vida: descobrir que somos amados. A grandeza da vida está precisamente na beleza do amor. No Crucificado, vemos Deus humilhado, o Onipotente reduzido a um descartado” (Papa Francisco).
Tenhamos nos lábios o louvor que brota também, quando sofremos. Enchamos nossas mãos de caridade fazendo o bem a todos. Afinal, na Última Ceia, Ele nos ensina a amar até o fim! A verdadeira caridade nos leva ao destino da cruz. Quantas vezes devemos esquecer de nós mesmos para colocar-nos a serviço dos irmãos. A cruz que seguimos não é sinal de derrota, mas de vitória.
Que a Virgem Maria, Aquela que muito amou e seguiu fielmente ao seu Divino Filho e que prontamente se colocou aos pés da Cruz de Seu Filho Jesus, seja amparo e consolo quando nos faltar a esperança. Uma boa e santa semana a todo o povo paraibano que muito ama a Nosso Senhor.