Ainda estamos celebrando as alegrias do Nascimento do Senhor. Com o passar dos dias, a luz que emanou da gruta de Belém, vai se estendendo até os confins da terra. Atraindo a todos! Neste domingo, a Igreja celebra, com alegria, a presença manifestada de Cristo no mundo. Celebramos a Festa Solene da Epifania do Senhor.
Na Epifania do ano passado, o Papa Francisco fez um provocativo questionamento: “Como uma estrela que se levanta (cf. Nm 24, 17), Jesus vem iluminar todos os povos e clarear as noites da humanidade. Com os Magos, erguendo o olhar para o céu, hoje também nós nos perguntamos: ‘Onde está aquele que acaba de nascer?’ (Mt 2, 2). Por outras palavras, qual é o lugar onde podemos procurar e encontrar o Senhor de todos nós?” Onde está o Senhor quando as coisas não vão bem em nossa vida? Onde está o Senhor quando a vida parece perder o brilho?
A Epifania é uma festa da luz. Veio ao mundo Aquele que ilumina as trevas da humanidade, Cristo Jesus. A luz de Deus é sempre um convite missionário. Cristo não é uma luz solitária. Ele é Aquele que faz com os homens sejam luz. Uma estrela guiou os reis Magos até ao lugar pobre de Belém: “Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2,2). O Senhor pode ser visto até mesmo pelos povos mais distantes.
As dificuldades desta vida não podem nos paralisar. Cristo, Aquele que é a nossa luz, brilha também nos dias maus. Sua luz é sempre nova e resplandece no mundo. Nada, absolutamente nada, pode nos impedir de enxergar a luz de Deus. As muitas lutas que travamos nos cansam, mas o caminho da fé nos garante que Cristo, mesmo se revelando na fragilidade de uma criança, nunca nos abandona. Na noite do Natal, brilhou para todos uma chama que traz a esperança aos nossos corações. Em cada tempo do Natal, devemos renovar essa esperança e confiar que nossas vidas estão seguramente nas mãos do Senhor!
A Epifania do Senhor revela-nos que Deus é luz e nos quer dentro desta luz: “Ergue-te, Jerusalém, e sê iluminada, que a tua luz desponta e a glória do Senhor está sobre ti” (Is 60,1). O caminho dos Magos do Oriente propõe-nos uma procissão que ainda hoje caminha, é a procissão dos homens e mulheres que conheceram Jesus, a luz do mundo. Para encontrar Jesus, deve-se planejar um itinerário diferente, deve-se tomar outro caminho: o d’Ele, o caminho do amor humilde. E deve-se perseverar nele. Os Magos, tendo encontrado Jesus, regressaram ao seu país por outro caminho, diferente do de Herodes, distinto do caminho do mundo (Papa Francisco).
Mas o que almejavam esses Magos? Queriam só suprir a curiosidade do destino de uma estrela? Os Magos vão à frente dessa grande procissão que nos precede, eles inauguraram o caminho dos povos pagãos para Cristo. Eles buscaram algo a mais, não eram somente homens de ciência, não queriam agregar mais conhecimento; seus corações ansiavam o encontro com o amor na verdade. Eles seguiram a estrela de suas vidas. Aquela sagrada e forte luz que se acendeu na noite do Natal, começou a brilhar para eles e resplandeceu para o resto da terra. O Senhor tornou seu amor, outrora escondido na lapinha de Belém, visto e anunciado para todos os pecadores.
Não importa o tamanho do nosso pecado, se estamos profundamente arrependidos, a luz de Deus entra em nossas trevas e nos oferece uma vida nova. Somente a luz do Senhor é capaz de transformar as terras pagãs do coração humano. Não importa a distância do lugar do pecador, o amor de Deus vai atrás. A Misericórdia de Deus não deixa ninguém para trás, como gosta de afirmar o Papa Francisco. O Senhor está no caminho sincero de conversão que precisamos reescolher também nos dias sombrios da vida.
Que a Virgem Maria, Aquela que teve a luz de Deus em seus braços na gruta de Belém, no ajude a compreender que o caminho da fé exige a disposição sincera para a conversão de todos os dias. Um santo e feliz natal a todos!