O luminoso Natal do Senhor sempre encherá o mundo inteiro com as alegrias que só podem vir de Deus. São dias repletos da luz de Deus. Luz esta, que não deixa ninguém de fora. Ainda estamos celebrando essas alegrias, pois são oitavas do Natal.
Neste Natal, o Papa Francisco nos trouxe uma palavra muito forte e que gera uma profunda reflexão: “Nesta noite, irmãos e irmãs, podemos perguntar-nos: Em que Deus acreditamos? No Deus da encarnação ou no da performance? Sim, porque há o risco de viver o Natal tendo na cabeça uma ideia pagã de Deus, como se fosse um patrão poderoso que está no céu; um deus que se alia com o poder, o sucesso mundano e a idolatria do consumismo.”
Essa mensagem do Papa confronta-nos e leva-nos a rever a nossa concepção de quem é Deus e quão inadequadas são muitas de nossas atitudes. Não cessa de nos comover o fato de Deus Se ter feito menino, para que nós pudéssemos amá-Lo com a verdade de nossos corações. Há uma ousadia neste tempo do Natal, a ousadia de amar a Deus com nossa pequenez. Deus se revela como um Menino, se colocando confiadamente nas nossas mãos. Quanto paradoxo!
Esse paradoxo do Natal é um paradoxo de amor. Deus não se importa com nossa pequenez. Eles mesmo quis nascer na pobreza de Belém, numa manjedoura. Contudo, sua pobreza eleva o homem. Torna-o rico de sua graça. Não podemos viver o Natal como se fossem dias que aquecem o consumismo. O Natal de Jesus é a festa do amor de Deus! Do amor que redime e levanta o homem de sua queda.
A humildade do Menino que é Deus fez superar toda e qualquer distância histórica entre Deus e a humanidade. “Deus não Se limitou a inclinar o olhar para baixo, como dizem os Salmos; Ele ‘desceu’ verdadeiramente, entrou no mundo, tornou-Se um de nós para nos atrair a todos para Si. Este menino é verdadeiramente o Emanuel, o Deus conosco. O seu reino estende-se verdadeiramente até aos confins da terra” (Papa Bento XVI). A beleza do Natal é grandiosa porque nasceu na simplicidade de uma manjedoura. Desta, emanou para o mundo inteiro a luz que nos torna pessoas boas e construtoras de uma sociedade nova.
Estamos no último dia do ano. O que queremos levar para o novo ano que está prestes a se romper? Quantos orgulhos e soberbas cultivamos, levando uma vida longe de Deus e dos irmãos. É tempo de recomeçar. Tempo de abrir o coração para Deus e viver em comunhão com os irmãos.
No primeiro dia do ano, já contamos com a bondosa intercessão da Santa Mãe de Deus. Ela nos trouxe o Menino que acende a luz da bondade de Deus nos lugares mais sombrios deste mundo. Ela traz em seus braços o Príncipe da Paz. Aquele que tem “uma paz sem fim”. Consagremos nossas famílias a Ela. Que o seu coração cheio da luz de Deus nos ensine a trilhar nos caminhos da paz. Permita-nos ancorar nossa vida na vida do Filho Dela. A Virgem Maria foi canal para juntar Deus à humanidade para sempre: “Deus e o homem sempre juntos: eis a boa notícia no início do ano. Deus não é um senhor distante que habita solitário nos céus, mas o Amor encarnado, nascido como nós duma mãe para ser irmão de cada um, para estar próximo: o Deus da proximidade” (Papa Francisco). Que a Virgem Mãe de Deus nunca se afaste dos próximos dias que viveremos!