Todos os anos, a Igreja celebra o tempo litúrgico do advento. O advento é, por excelência, o tempo maior da esperança. A esperança que jamais morre! Mas de que esperança o Evangelho nos fala para este tempo que nos prepara para o Natal do Senhor? A esperança que nasce da fé, que coloca o coração humano em Deus. O segredo para manter a esperança viva é a oração, como nos diz o Papa Francisco, “E acrescentemos um ingrediente essencial: o segredo para estar vigilante é a oração. Pois Jesus diz: ‘Vigiai em todo momento orando…’ (Lc 21,36). É a oração que mantém acesa a lâmpada do coração. Especialmente quando sentimos que nosso entusiasmo esfriou, a oração reacende-o, porque nos traz de volta a Deus, ao centro das coisas. Ela desperta a alma do sono e a concentra no que importa, sobre o fim da existência. Mesmo nos dias mais movimentados, não negligenciamos a oração.”
A esperança de Cristo chama-nos uma necessária redescoberta sobre o amor de Deus . Confiemos em Cristo. “O Advento é um tempo favorável para a redescoberta de uma esperança não vaga nem ilusória, mas certa e confiável, porque está ‘ancorada’ em Cristo, Deus feito homem, rochedo da nossa salvação” (Papa Bento XVI).
Os tempos que vivemos nos coloca diante de muitas promessas e garantias de esperanças não cumpridas. O homem moderno acostumou-se a ter a si mesmo como medida de tais promessas e garantias. Pura ilusão! Pois somente Deus pode saciar o sentido humano. A grande chamada do tempo do advento, proposto a partir da liturgia da Igreja, nos prepara para celebrar a chegada de Deus. E Deus vem sempre, e vem no jeito simples de uma criança. Deus se faz menino, criança, para educar-nos às coisas simples e para tê-Lo como nossa única medida. Sua vinda é amorosa e encontra a todos!
O Senhor vem! Eis aqui a permanente insistência do advento. Mas como enxergar a chegada do Deus da esperança quando as crises nos afetam? Será que o Senhor virá mesmo quando muitas famílias estejam afetadas pela falta de diálogo e sem esperanças? O Papa Francisco nos dá uma resposta simples, mas acertada: pedir sempre o dom do Espírito Santo. Ele ainda diz: “porque o Senhor veio na História em Belém; virá, no final do mundo e também no final da vida de cada um de nós. Mas vem todos os dias, em todos os momentos, no nosso coração, com a inspiração do Espírito Santo”. Precisamos como bons cristãos ancorar nossa esperança em Cristo. Ele é a nossa esperança maior: “precisamos das esperanças – menores ou maiores – que, dia após dia, nos mantêm a caminho. Mas, sem a grande esperança que deve superar tudo o resto, aquelas não bastam. Esta grande esperança só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir” (Encíclica Spe salvi, n. 31; papa Bento XVI).
O mundanismo que nos cerca tenta inverter o valor das coisas, apresenta-nos a esperança em Deus como uma realidade privada e põe diante dos nossos olhos falsas esperanças, tais como: a idolatria do consumo, o descarte das pessoas, a justificação de guerras, a necessidade de exibir-se a todo custo nas redes sociais, etc. O advento pode nos ajudar a ancorar nossa esperança no primado de Deus e no auxílio dos mais pobres, nossos irmãos. Que Nossa Senhora nos ajude a pôr nossa única esperança em Deus! Sejamos neste tempo do advento, sinais de esperança. Plantemos a esperança de Deus aonde quer que estejamos!