Ao longo de cada domingo do tempo comum, por meio da liturgia, a Igreja vai tomando a nossa mão e vai nos conduzindo num verdadeiro caminho de oração. Vamos nos assemelhando a Cristo mediante o aprofundamento da vida de oração.
A oração é a via do encontro entre Deus e o homem. Ao longo da história da humanidade, o Senhor sempre veio ao nosso encontro, e mesmo sendo Deus, não poupou-Se de estar entre os homens. O Papa Francisco, em muitas de suas catequeses sobre a oração, repete o refrão: “a oração cristã não fecha os olhos sobre a vida”. Aqui nesta pequena afirmação, vemos que a oração é um meio de aprendizagem; quando rezamos, pomos a nossa vida nas mãos de Deus, e Dele recebemos a orientação, o norte que necessitamos. A oração é sempre um encontro de amor entre o Deus que nos ama e nos protege e a fragilidade do nosso pobre coração!
Quando rezamos, de forma verdadeira e simples, aprendemos a discernir o caminho da nossa vida. Afinal, diante de nossa existência, sempre se apresenta a vida e a morte, como nos diz o autor do Eclesiástico, neste domingo na Missa: “diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”. Às vezes, reclamamos muito dizendo que nos falta um discernimento lúcido diante de impasses ou decisões que precisamos tomar. Mas talvez nos falte mais tempo dedicado à oração. Na oração, encontramos todas as respostas. Só precisamos alargar o coração para deixar o Senhor entrar em nossa vida.
A oração também nos coloca diante do necessário temor que devemos ante o mal, e como diz o Papa: “Aquele que reza não é cego, e vê nitidamente diante dos seus olhos este mal tão incômodo e, portanto, em contradição com o próprio mistério de Deus, ele o vê na natureza, na história, mesmo em seu próprio coração. Porque não há ninguém entre nós que possa dizer que está isento do mal, ou pelo menos de ser tentado.” Contudo, esse temor não deve ser maior do que a consciência que o bem vence sempre, na oração mesmo do Pai-Nosso, ensinada por Nosso Senhor, pedimos para não cairmos em tentação. O centro da oração é o próprio Senhor e Sua Vontade, e nunca as dificuldades e temores que trazemos.
Não podemos perder tempo lutando contra a vontade do Pai, como se fôssemos a medida de todas as coisas. Não! A via da humildade treina-nos para acolhermos os frutos deste encontro de amor. A oração não pode ser considerada um apêndice na vida dos discípulos de Jesus, mas o permanente combustível que nos faz prosseguir na santidade. Sem oração, a nossa alma torna-se árida e pode até morrer. Confiemos, com alegria, nossa vida àquela foi toda oração, à Santíssima Virgem Maria. Ela é modelo de oração cristã para a Igreja, fora capaz de submeter-se amorosamente ao Senhor. Que sua constante prece nos torne homens e mulheres que nunca fogem desse encontro de amor.