A comunicação é o elemento humano que faz com que a informação seja repassada. Desde a forma mais primitiva a mais elaborada tecnologicamente, é ela quem nos torna seres sociáveis. Na Igreja, a comunicação é evangelizadora e, no Brasil, há mais de 3 décadas existe a Pascom – Pastoral da Comunicação, responsável por organizar, instrumentalizar e ampliar a voz da Igreja para dentro e para fora de suas fronteiras.
A missão dessa pastoral sempre foi marcada pela transversalidade, ou seja, passando por todas as pastorais, proporcionando um elo de comunicação interna e externa. Divulgar, engajar, informar, evangelizar e formar, tendo como base a espiritualidade. Com a pandemia, a Pascom tornou-se indispensável para a continuidade da missão da Igreja. Celebrar sem a presença (total ou parcial) dos fieis tornou-se menos doloroso para o clero, pois eles sabiam que sua comunidade estaria do outro lado da tela, ouvindo, vendo, rezando junto. Da mesma forma, possibilitou à comunidade a manutenção do vínculo.
Os agentes da Pascom não são, em sua maioria, profissionais da comunicação. Ser Pascom não é isso, vale salientar aqui. Ser Pascom é ser o agente disponível para atuar na missão em várias linhas, doando seu talento e seu tempo para fazer ecoar a missão evangelizadora da Igreja.
“Nesta pastoral, os agentes são os grandes promotores da evangelização. São pessoas comprometidas com a fé, com a unidade e serviço à Igreja. São nossos irmãos que incansavelmente e livremente se colocam a serviço em suas paróquias para o crescimento e ampliação da evangelização. Através deles todos têm a possibilidade de não ficar de fora dos momentos celebrativos da nossa Igreja”, pontua o Pe. Moisés Coelho, coordenador Arquidiocesano da Pascom.
Quando a pandemia teve início, em março do ano passado, a Pascom se viu em meio às incertezas, mas correndo contra o tempo para iniciar trabalhos que ou estavam engatinhando ou não existiam nas suas Paróquias: as transmissões ao vivo. Equipamentos pessoais, internet caindo a conexão e falta de conhecimento técnico foram alguns dos desafios encontrados pelas equipes.
“Tivemos que aprender mais profundamente o funcionamento das redes sociais e como otimizar o acesso das pessoas (seguidores) às postagens. Lidar com as pessoas que pensam que ser Pascom é só fazer uma imagem, postar e pronto; ter que fazer milagre para transmitir com uma internet que em horário crítico dá 0,56mb de upload; ter que contornar comentários questionando no porquê no Instagram está sendo filmadaa a intérprete de libras em vez do padre, sendo que ele está fazendo homilia andando pela assembleia; e assim vai”, desabafa Altemar Melo, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Cabedelo.
“Os desafios estão até hoje, mas no início tivemos que aprender muitas coisas em pouco tempo, fazer coisas que nem imaginávamos (risos), mas foi maravilhoso!”, diz Letícia Silvestre, da Paróquia São Francisco das chagas, no bairro do Rangel.
“O período está sendo intenso desde o início, não só pra engajar equipe e também a comunidade, em ter que entender e aceitar esse momento. Transmitir por meio das fotografias e transmissões o que estávamos sentido e vivendo foi e é outro desafio, porque não adianta só ser cirurgicamente técnico, temos que levar Cristo para as pessoas de uma forma mais sensível possível. Por fim, o maior aprendizado é saber que nosso serviço é indispensável para a igreja como todo e não podemos levar na brincadeira, pois tem muita gente lá fora esperando a hora de participar da missa (mesmo que online)”. Daniel Carvalho, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Valentina.
“Hoje, 1 ano depois desde o início da pandemia, a gente se sente mais seguro da nossa responsabilidade, porque antes tínhamos uma ideia, mas agora já temos a certeza da nossa missão. São muitos testemunhos, agradecimentos, isso tudo só nos fortalece, tudo para a glória de Deus e não nossa”, relata Marcia Bastos, da Paróquia Menino Jesus de Praga, nos Bancários. Ela ainda enaltece o esforço dos padres e da comunidade diante das dificuldades: “quando iniciamos as transmissões ano passado, o nosso pároco acolheu as nossas necessidades com muito carinho. Aumentamos a velocidade da internet, compramos uma mesa de som, cabos, adaptadores, microfones, notebook, smartphone… Tudo novo e com ajuda da comunidade”.
A pandemia ainda não dá sinais de que esteja chegando ao fim e, provavelmente a sociedade – e a Igreja – ainda viverá muitos dias de desafios e limitações. Assim, a Pastoral da Comunicação segue desempenhando seu papel, fortalecendo os laços comunitários e promovendo a vivência da fé.
Pe. Moisés conclui: “a Pascom tornou-se uma pastoral fundamental não só neste tempo de pandemia. Este meio de evangelização não pode retroceder, pois o uso das mídias sociais foi e deverá continuar a ser um grande elemento da presença da Igreja, de evangelização, de missão, de oração com o nosso povo, de promoção da caridade e solidariedade. Somos todos gratos por todos aqueles que fazem a Pascom em nossa Arquidiocese. Pedimos as bênçãos de Deus sobre todos e que a Mãe de Deus, a grande estrela da Evangelização, seja modelo e sinal para todos”.
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QUER MAIS PASCOM?
Ouça agora o nosso podcast “Diálogos” com o coordenador nacional e a secretária nacional da Pascom, Marcus Tullius e Patrícia Luz. Roberval Borba bateu um papo com os dois sobre a missão da pastoral, os desafios, as conquistas, Semana Santa e muito mais!