Em 19 de março, a Igreja celebrou a Solenidade do Glorioso São José. A figura deste santo tão amável e tão lembrado pelo povo brasileiro, recorda-nos um necessário convite à fidelidade. Ele, ao longo de sua vida terrena, cuidou da família de Nazaré, e cuidou com simplicidade e humildade. São José desempenhou uma sagrada tarefa: cuidar do Deus que Se fez carne e habitou no meio dos homens e mulheres. Seu cuidado era humano, mas perfeitamente aberto a Deus. Soube cuidar da família de Nazaré porque em tudo buscou fazer a vontade de Deus.
A tarefa do Pai adotivo de Jesus foi habitada pela humildade e um profundo amor à missão que Deus lhe confiou. O Papa Francisco para celebrar os 150 anos da declaração do Esposo de Maria como Padroeiro Universal da Igreja Católica, convocou o Ano de São José, e o fez através da Carta Apostólica “Patris Corde”, Com coração de Pai. Portanto, todos os fieis católicos estão sob a guarda especial desse Ano de São José.
Há um trecho da referida Carta do Papa Francisco que diz (n.01): “A grandeza de São José consiste no fato de ter sido o esposo de Maria e o pai de Jesus. Como tal, afirma São João Crisóstomo, ‘colocou-se inteiramente ao serviço do plano salvífico'”. A grandeza de José, na verdade, é uma via de pequenez, de humildade. Seu “sim” ao chamado de Deus tem revestimento de quem reconhece o lugar de Deus: o centro de nossas vidas. Sua fidelidade a Deus é um belíssimo ensinamento para nós. Diante de tantas dificuldades presentes, qual a qualidade do nosso sim a Deus? Estamos no lugar daqueles que dependem de Deus, em tudo? Ou estamos teimosamente assumindo os lugares que são incompatíveis com às exigências do Evangelho de Nosso Senhor?
A fidelidade de José nos ensina que tudo em nossa vida deve partir da centralidade de Deus. Não podemos criar um estilo de vida que nega os valores do Evangelho, da vida e da família. O estilo de vida do Esposo da Virgem Maria nos educa para o essencial, para Deus!
Há cerca de um ano teve início a pandemia que tem assolado e ceifado a vida de tantas pessoas. Não são números, mas vidas e histórias dramáticas de pessoas que simplesmente “sumiram” da nossa convivência social e familiar. Milhões de pessoas perderam seus empregos, passam grandes necessidades. Como manter um “sim” fiel diante de tantos assombros? Não temos uma resposta pronta e fácil, mas temos o alimento sólido da fé cristã, que é a fé de São José, que pode continuar se tornando o apoio de que tanto necessitamos.
Recorramos sempre mais ao Glorioso São José. Ele também passou por grandes tormentas em sua vida. Da boca do Anjo de Deus, ele escutou: “não temas…” O medo, a angustia, a ansiedade, nem sempre conseguimos controlá-las, mas com São José, queremos prosseguir enxugando as lágrimas uns dos outros. Queremos estender as nossas pobres mãos aos mais pobres. A caridade de José é solidária e não se prende aos medos, mas vai ao encontro dos irmãos e de Deus.
Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Arcebispo da Paraíba